z 2008 January | Olhômetro

Fones de ouvido in-ear para iniciantes: um guia de coisas que você deveria saber

Esse guia é para os amantes de música, não para os amantes de tecnologia. Eu não manjo nada de amperagem, alcance de frequências, drivers de fones e essas coisas: eu só sei que o som me agrada ou não, e sei mais meia dúzia de coisas que eu aprendi depois de ler bastante sobre o assunto.

Antes de conhecer as maravilhas de um bom fone de ouvido, eu era uma simples apreciadora de música - exatamente como você, caro leitor. Usava aqueles fones de 15 reais do camelô e achava eles muito bons, obrigada. Afinal, tudo que é fone quebra depois de 3 meses, né, então pra quê pagar caro?

Certo dia, o profeta dos fones de ouvido na minha vida, meu padrasto (um audiófilo viciado em equipamentos de som valvulados dos anos 80), se comoveu com a minha saga (meus fones quebravam a cada 45 dias) e resolveu me dar um fone de ouvido, segundo ele, “decente”.

koss the plugEu ganhei um Koss The Plug, e minha vida mudou. O The Plug (esse, à esquerda) é o mais simples dos fones in-ear de qualidade. Muita gente não gosta dele, e realmente não é dos melhores. Mas comparado a qualquer fone de ouvido que eu já tinha experimentado, o The Plug era uma experiência divina.

Se você é do tipo que gosta de ouvir música, nunca mais vai ser o mesmo depois de usar um fone de qualidade. É outra experiência, e eu não estou exagerando. Você ouve nunaces e detalhes da música aos quais nunca teria acesso em um fone ruim, o prazer de escutar música é renovado e tudo isso melhora até o humor. Aí, não vai ter mais graça escutar nada nos fones de baixa qualidade; depois, você vai viciar, e vai querer sempre fones melhores. Sim, porque há fones de 100 e de 1000 reais.

Tipos de fones de ouvido:

Algumas coisas que você precisa saber se vai se aventurar pelo mundo do hi-fi audio:

- Fones in-ear, ou intra-aurais, são aqueles que entram dentro do canal auditivo. Ele isola os ruídos de fora, evitando que você aumente muito o volume para abafá-los, e por isso é menos prejudicial a audição do que os earbuds, os fones de ouvido comuns. Os in-ear são usados por artistas, para retorno de palco, e como monitores de audio por profissionais da área, por causa da fidelidade que a proximidade do canal auditivo gera.

- Os earbuds são os fones mais comuns por aqui. Pequenos, ficam presos na parte de fora do canal auditivo, dentro da orelha. São raros os Earbuds de qualidade, mas existem um ou dois modelos muito bons. Os Earbuds, em volume baixo, não soltam todas suas frequências (agudo até grave), e é por isso que a gente acaba aumentando muito e isso pode prejudicar a audição.

- Os fones supra-aurais, ou de haste, são aqueles grandões, com um arco que fica em cima da cabeça e com almofadinhas confortáveis que cobrem a orelha. Bons modelos aliam qualidade de áudio a bom isolamento. Alguns não têm aquelas almofadas grandes, e só ficam preços com a alça na cabeça. Normalmente, recomenda-se esse pra uso doméstico, já que é menos prático do que os outros dois pra ouvir andando ou praticando esportes.

Como quase não existem bons modelos de earbuds, e eu ouço música em lugares barulhentos, sou partidária dos in-ear. Erabuds machucam e não prendem bem, além de terem um som bem ruim.

Os in-ear:
Existem diversos modelos bons de fones in-ear. Apesar de não ser recomendado falar em marcas, já que até as melhores podem errar, temos Sony, Audio-Technica, Ultimate Ears, Sennheiser e Shure como as principais marcas de fones in-ear. O modelo mais popular no Brasil, encontrado com facilidade, é o Koss The Plug. Custa de 70 a 80 reais. Eu cheguei a pagar 6 dólares no Ebay, mais 10 dólares de frete. Chegou em seis dias.

O The Plug tem muitos graves, a espuminha é anti-higiênica e é difícil de colocar no ouvido. Ainda assim é um avanço gigante diante dos fones de camelô com os quais a gente é acostumado. Além disso, a Koss tem garantia vitalícia, ‘no questions asked’, como eles dizem. Quebrou, é só levar o fone e a nota fiscal que eles consertam. No meu caso, deram um novo.Audio Technica CK-32

O meu atual fone é o caçula dos in-ear, e é excelente. É um Audio-Technica CK-32 (esse aqui à direita), um fone muito equilibrado, na mesma faixa de preço do The Plug mas que dá muito mais variedade de texturas no som - se é que é possível dizer isso, mas não acho outra expressão pra definir. A nitidez do timbre e da altura dos instrumentos é impressionante.

O The Plug e o CK-32 são a ponta do iceberg em bons fones in-ear, mas é normalmente por onde todo mundo começa - porque a maioria das pessoas nunca teve contato com um bom fone e não acha que existe custo-benefício de dar mais de 20 reais em um. Mas depois que você começa…

Gato por lebre:
Não caia no conto do vigário: aqueles modelos de in-ear (25 a 50 reais) que a gente encontra por aí, normalmente da Coby ou da Philips, são um lixo. Não precisa nem falar daqueles genéricos, ou falsificados. de 10 reais. Lembre-se, o in-ear joga todo o som direto dentro do seu ouvido. Se for um som ruim, é todo o som ruim dentro dele. E fora que vai quebrar em pouco tempo. Vale a pena guardar a grana por uns meses e comprar um fone melhorzinho.

Amaciando os fones:
Fones de ouvido amaciam depois de algum tempo de audição e ficam melhores. O diafragma deles fica mais flexível. Você pode ‘forçar’ esse amaciamento: deixe o fone por cerca de 200 horas tocando música num volume médio. Não precisam ser 200 horas corridas - você pode ouvir de durante o dia, deixar durante a noite. Eu uso um CD que gravei com ‘ruído rosa’, que é um barulho que contém todas as freqüências. Parece aquele i-Doser. Ah, mas isso não funciona com fones ruins… o do iPod, por exemplo, costuma estourar.

As ponteiras:
Todo fone in-ear vem com ponteiras, normalmente de silicone, que são as partes que entram no ouvido. A maioria deles vem com diferentes tamanhos de borrachinha, mas ainda assim algumas pessoas nunca se adaptam a ter um treco enfiado dentro do ouvido. Se esse for o seu caso, infelizmente, você não vai poder usar os in-ear.
É preciso manter as ponteiras sempre limpinhas, não compartilhar com ninguém (é SUA cera) e trocá-las periodicamente. As ponteiras de reposição são vendidas em boas lojas de instrumentos musicais, no Mercado Livre (ou eBay). Dá também pra comprar fones de camelô e pegar as ponteiras deles pra colocar no seu fone.

Conservando seu fone de ouvido:
Nunca ouça música em volumes altos. Além de estragar seu ouvido (e o problema não é o volume alto ocasional, é a longa exposição aos volumes altos, essa sim muito prejudicial), estraga o fone. Nenhum fone agüenta muito tempo em volumes altos.
Depois de um dia ouvindo música, pendure seu fone em um gancho (no meu caso é a porta do guarda-roupa) e passe nele um pano úmido. Ajuda a conservar.

Importante: eu não saberia nem um décimo disso sem a iPod Fones, a melhor comunidade do Orkut sobre o tema. Se sua dúvida já não tiver sido respondido em um dos centenas de tópicos excelentes da comunidade, pode perguntar que sempre vai ter gente disposta a ajudar - e normalmente são especialistas, gente que manja muito, muito mais que eu.

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January 31st, 2008 | 9 Comentários

Mallu Magalhães

Ok. Vamos falar da moça. Tá todo mundo falando dela, não tá? Preciso dar a minha opinião, especialmente porque sonhei com ela esta noite. Sim, Mallu Magalhães esteve participando de um sonho meu. Nele, eu assistia a um show dela e a parabenizava (ela era muito simpática e bem diferengte da foto). Então, depois nós dos despedíamos e ela corria atrás de Bob Dylan, que estava passeando pelo local, mas nunca conseguia alcançá-lo. Nunca.

Mallu Magalhães é uma menina de 15 anos que toca violão.

E só.

Conversávamos no MSN, eu e a Gabi, e a conclusão veio à tona, proferida pela Gabi, na verdade. Minha opinião ousa ir um pouco mais além:

Mallu Magalhães é uma menina de 15 anos que toca violão, tem um gosto musical interessante, uma voz bonitinha e estava na hora certa e no lugar certo.

Apesar de serem os méritos, todos, dela (estar no lugar certo na hora certa), ela não passa, repito, de uma menina de 15 anos que toca violão. Tá? Olha, eu tenho quase 15 anos. Tenho mesmo. Faz pouco tempo que estive no meio da tempestade que é ter 15 anos e, oi? Muitas pessoas tocam violão e compõem. Algumas até gostam de folk e, veja só, um grupo menor tem voz bonitinha. Mas não é algo ‘oh my god, essa menina é um caso super raro de genialidade na adolescência’. Desculpem.

Sendo menos chata, as músicas da Mallu não me agradaram (mas isso é porque não sou exatamente fã de folk), mas são bonitinhas e tudo mais. Só que… é só isso. Ainda assim, vou com a cara dela. Parece uma moça sensata, tem talento. Tem um gosto musical legal. E me tratou muito bem. No sonho, quero dizer.

Não é rabugice, tá? Só quero trazer as pessoas à realidade. Tá óbvio que todo o hype em cima dessa menina tá rolando porque ela tem 15 anos (e folk normalmente é música de velho).

Só voltando a programação normal depois de mensagem pro vovô.

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January 30th, 2008 | 12 Comentários

O meu vô

Meu vô é daqueles mineiros com quem você senta na varanda da fazenda, no fim da tarde, pra ouvir histórias. Meu vô tem história de todo tipo: a de quando trocou tiros com Dilma Roussef e José Dirceu na época em que ele era PM e os dois, guerrilheiros; a de quando, no meio da madrugada, na patrulha da estrada, ele viu um ovni do lado da lua, uma bola branca quase tão grande quanto ela que saiu voando em três segundos; a de quando ele salvou uma família inteira de um carro capotado com a ajuda de um tronco de árvore que serviu como alavanca. Meu avô tem até história de peixe grande, que ele sempre conta mas que ninguém nunca viu ele pegar. Meu avô nunca parou de trabalhar, mesmo quando aposentou. Ele é do tipo faz-tudo, sabe? Pedreiro, marceneiro, vidraceiro, eletricista. Ele sabe fazer todas essas coisas com exímia habilidade. Ele não deveria trabalhar, não depois dos enfartos e das paradas cardíacas (ele teve seis!), mas é teimoso feito uma porta. Acontece que, pra ele, acho que não trabalhar é mais letal do que todos os enfartos do mundo.

Meu vô espirra de um jeito engraçado, parece que tá tendo um ataque ou algo do tipo: ele dá um berro super alto. Minha vó é casada com elehá uns 40 anos e sempre, sempre que ele espirra ela briga com ele ou faz uma cara feia.

Mas a característica mais marcante do meu vô é que ele é do tipo piadista. Ele é super-engraçadão. Acho que vem daí minha aspiração para o humor. As piadas dele são bem ruins. A maioria. Tipo, primeiro que ele sempre conta as mesmas, desde que eu tinha 3 anos (e nossa, como eu me acabava de rir). Segundo que ele nunca pára de falar fazendo piadas! A gente vai no carro com ele, tentando dormir (ele dirige) e o cara continua fazendo piada de tudo, e se você fica quieto, ele fica insistindo até você falar se gostou ou não. Sério. As piadas dele são do tipo humor inocente, sabe? Didi nos tempos áureos, Ronald Golias. Ele até tem umas caras engraçadas.

A gente costuma zoar meu vô por causa do tamanho da testa e das orelhas dele. A testa é porque ele ficou careca, entao a cabeça e a testa viraram uma área grande, coesa e unificada. Parece uma testa sem fim. Quanto a orelha, elas cresceram depois que ele ficou velho. Nada fora do comum, mas a gente zoa. Olhando a foto, o nariz também é bastante grande, mas a gente já ocupa bastante tempo falando da testa e da orelha.

Essa foi sim uma homenagem. Mas não é aquela do tipo ‘vou sentir falta’. Meu vô tá super bem. Estive com ele pela última vez na quinta. Saúde tinindo, até onde eu sei, exceto por pequenos imprevistos (coisas de véio), mas ele supera. É uma homenagem que não está atrelada a nenhum momento difícil ou algo assim. É só porquê ele merece, mesmo. É o melhor vô do mundo.

[modo declarações bregas de amor familiar="off"]

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January 30th, 2008 | 5 Comentários

Amy gasta mais de $1000 por dia em drogas e Heath Ledger pode ter morrido de causas naturais

O marido da Amy Winehouse, que a essa altura todos sabemos que se chama Blake Fielder-Civil e que está preso, enviou uma cartinha ao pai da Amy Winehouse. Na cartinha, Blake diz que está com muito medo que Amy morra antes que ele saia da prisão. Ele diz que sonha três vezes por semana que está na cadeia, e então o carcereiro abre a porta e o informa de que ela está morta. Por último e não menos importante, ele também disse que os dois costumam usar o equivalente a $1000 em crack e cocaína por dia.

Não sei, mas me parece que ela está melhor. Pela foto. Deve ter diminuido o consumo pela metade.. só 500 libras por dia.

Vi aqui.

-

Muita gente já leu, mas tão dizendo que o Heath Ledger pode ter morrido de causas naturais. Parece que a quantidade de toxinas no sangue dele estava bem baixa e não seria o suficiente para matá-lo.

Seria uma bela piada do Coringa, não? Matá-lo, espalhar pílulas pelo lugar e fazer todo mundo acreditar que foi overdose…

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January 29th, 2008 | 4 Comentários

Cidade dos sonhos

Eu sempre fui de esquerda, mesmo antes de saber o que isso significava. Por ‘de esquerda’, não quero sidzer que sou comunista, nem ativista política. Só que a maioria das coisas em que eu acredito tem uma inclinação forte a favorecer o proletariado. Sou contra o sistema, quero dizer, não concordo com ele. Claro que isso traz um monte de implicações, e eu sou uma pessoa tranqüila, cheia de bom humor e muito flexível, não sou uma militante chata… é só minha inclinação política.

Quando eu era mais nova e comecei a gostar de rock’n'roll, claro que tive minha fase de Anarquista. Aquela, quando a gente compra a camiseta com o ‘A’ vermelho na Galeria do Rock. A fase, é claro, passou; mas anos depois eu ouvi falar de Christiania.


Creative Commons License photo credit: Kieran Lynam

Christiania, também conhecida como Freetown Christiania (Christianshavn) é uma comunidade independente e auto-gestionada que fica dentro de Copenhagen, na Dinamarca, e tem cerca de 900 habitantes. Criada ‘acidentalmente’ nos anos 1970, foi formada por dinamarquesas insatisfeitos com as política habitacionais do país na época. Turbinada pelos ideias hippies e comunistas que carregavam o ar por aquelas épocas, Christiania tornou-se uma experiência social. Apesar dos esforços iniciais por parte do Estado Dinamarquês para a retirada dos habitantes da comunidade, em 1992 foi assinado um tratado que permite a existência pacífica da Christiania.

O mote da comunidade, retirado do site de Christiania:

“O objetivo de Christianiaé criar uma sociedade auto-governante onde todo e cada individuo é responsável pelo bem-estar de toda a comunidade. Nossa sociedade deve ser auto-sustentável economicamente e, como ela, nossa aspiração de ser firmemente convicto de que qualquer privação física e psicológica deve ser evitada.”

Os habitantes de Christiania vivem num regime político… a-político. Uma espécie de anarquia. A convivência entre os moradores é baseada na cidadania, honestidade e solidariedade. Para tomar decisões, Christiania se organiza em conselhos municipais, onde todos os moradores tem a mesma voz para opinar. Tudo é decidido na base do consenso - por mais estranho que isso possa soar para nós.

Carros não são permitidos dentro de Christiania, mas quase 150 moradores os têm. Eles deixam os veículos estacionados nas ruas que contornam a comunidade. Haxixe e maconha são vendidos livremente, e ‘drogas pesadas’ são expressamente proibidas.

Visitar Christiania é super-permitido, você só precisa respeitar as regras da comunidade. Para morar lá, bem, você precisa de uma casa. Mas não pode, tipos, chegar lá e construir. Então tem que esperar uma casa ficar disponível e se submeter a aprovação do conselho. Lá, você pode trabalhar como artesão, lenhador, trabalhar na coffee-shop e essas coisas.

Mais informações aqui, aqui e aqui (no último, se você falar dinamarquês).

Christiania está na minha lista de ‘lugares para conhecer’ desde que eu li sobre a comunidade pela primeira vez, aos 13 anos. Recentemente, me deparei com o relato de um rapaz brasileiro que esteve lá (no Orkut) e fiquei mais encantada. Não que eu acredite de verdade em tudo isso, pro mundo real… é uma coisa diferente, país europeu, pouca gente, hippies. Mas deve ser algo a se observar.

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January 29th, 2008 | 2 Comentários

Agora todo mundo é DJ

Falando em Orkut, tem dias em que perco horas numa atividade que chamo de intromissão falta do que fazer check out: me certifico de que meus velhos amigos e conhecidos, com os quais não tenho contato há tempos, estejam contentes e tendo uma vida alegre.

Sim, eu fuço, mas óbvio que isso não é condenável, porque o Orkut está lá para ser visto por outras pessoas. E fuçando descubro que agora a moda é ser DJ.

Explico: não se trata do lance de ser DJ no trem ou na rua, tipo colocar música super alto pros outros ouvirem. É ser DJ de verdade, mexer nas pickups e tudo mais. É que agora rola a moda das festas de música eletrônica, as raves. E essas figuras provavelmente sonham em ganhar dinheiro com a coisa que mais gostam: tomar drogas e ficar pulando ao som de músicas incompreensíveis pra quem não toma essas drogas.

Não é condenável querer ganhar dinheiro com algo prazeroso. É, na verdade, o que eu faço aqui (ou pretendo fazer). Mas é que meio que banaliza a coisa, sabe? Não sei, é só o que eu penso.

Por exemplo: meu amigo Júlio César é freqüentador de raves e nóia declarado. Posso falar à vontade, porque ele nunca vai ler (ele não lê), e se ler vai dar risada. Se eu digitar ‘DJ’ na busca de amigos dele, tenho duas páginas de respostas, uma e meia delas contendo o termo no nick dos sujeitos, sempre acompanhado do símbolo de Ohm.

Desses DJs da lista do meu amigo Júlio, conheço pelo menos quatro. Um deles é um dos meninos mais bobos que eu conheço. Posso dizer isso, porque o conheço desde que ele tinha uns 8 anos. Ele sempre foi bobo, sempre vai ser. E se não acreditam, saibam que até seis meses atrás, a banda preferida dele era…


…o Aqua. …

Como se não bastasse, o perfil dele atualmente traz a transcrição de uma letra do grupo Chiclete com Banana (algo como ‘Sou praieiro, sou guerreiro,…’ etc)

Os outros são pessoas que eu também conheço há anos e sei - SEI - que não entendem nada de música. Tipo, são aquelas pessoas que não gostam de música, sabe? Eu costumo perguntar pras pessoas se elas gostam de música, quando conheço gente nova, e alguns respondem ‘quem não gosta?’

E eu respondo: a maioria das pessoas não gosta de música. A maioria das pessoas ouve o que dizem pra elas ouvirem, ou o que os amigos delas ouvem, ou o que toca nos lugares que elas freqüentam, ou o que toca nos filmes que elas assistem. E tipo, elas gostam daquelas músicas, mas sério: elas não gostam de música. Elas gostam do que é fácil gostar… E esses novos DJs são desse tipo.

Posso entender que, desde o início dos tempos, as pessoas querem subir no palco pra comer alguém. Tipos que, no fundo, todo mundo faz música (mesmo que goste) porque sabe que isso vai aumentar consideravelmente suas possibilidades com o sexo oposto. É fato, não podemos fugir disso. Mas eu ainda acho que é preciso gostar (e conhecer) um pouquinho de música. Sabe? Pra ser DJ de qualquer estilo não basta gostar de tomar drogas, de mulher e de ser popular. Tipos, nem é pré-requisito, acho.

Duvido que esses caras gostem de música. Eles gostam é de drogas. Para preservar minha integridade (a maioria prega a paz e o amor nas raves, mas costuma sair socando gente nas sextas à noite e eu não quero correr o risco), não vou colocar links para profiles, mas se vocês pudessem ver o naipe dos figuras, tenho certeza que concordariam.

Mas, bem, como devemos incentivar a democracia musical, e hoje é tão fácil fazer música, vou até ajudar aqueles que ficaram empolgados com a perspectiva de pegar muitas mulheres encher o cu de drogas virar DJ.

No http://www.tony-b.org, você tem uma espécie de… sei lá, não sei o nome dessas coisas de DJ, mas é uma bela aparelhagem virtual à disposição. Tem vários efeitos, samplers e um tecladinho supimpa. Eu fiz uns sons à là New Order e já dava pra animar uma galera. O programinha permite salvar as músicas que você criar no database do site, mudar skins e até escolher o tom da batida, entre outras opções muito legais.

O http://www.ampledesign.co.uk/va/index.htm é mais um experimento musical, mas é mais legal ainda. É uma espécie de tradutor sinestésico: o programinha, em flash, traduz os movimentos que você faz com o mouse (a rapidez deles, também) e as cores e formas dos traços em notas e timbres musicais. É bonito de ver e legal de brincar.

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January 28th, 2008 | 3 Comentários

As verdadeiras pérolas do Orkut

Entre um e outro scrap dizendo que o marido dela, aquele canalha, filmou-a enquanto eles transavam, me deparei nos últimos dias com a seguinte peça, mandada por uma colega (ela estudou comigo, não nos falamos há anos, e mesmo durante a escola não nós falávamos muito) da minha lista:

Para preservar minha sanidade mental e também combater o ócio e a futilidade, excluirei esta MERDA de orkut.

“Eu não me importo com o que os outros pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. E isso sim é caráter.” - Rooselvelt
Pensem nisso… Beijos a todos…

« Envie jogos por scrap, conheça o http://www.powerscrap.net »

Hummm…

Pra começar, o cara chama Roosevelt, não Rooselvelt. Contudo, isso não é importante, já que eu aposto minha mãe que não foi ele quem disse essa frase estúpida.

Depois, pobre moça. Acha que a eliminação do Orkut vai “preservar [a] sanidade mental e também combater o ócio e a futilidade”. Ela não poderia estar mais enganada. O Orkut da pessoa e as relações nele cultivadas são um reflexo da vida real. E se ela acha que o Orkut pode prejudicar a sanidade mental dela, é porque essa é a vida dela.

Um pouco óbvio falar das duas outras afirmações, mas…

Para “combater a futilidade”, ela deveria começar… hum… nascendo de novo. Acho. É triste, mas é a realidade, deal with it. Digamos que acabar com seu Orkut não vai te fazer ler mais, ou assistir menos televisão, sei lá, ou freqüentar menos as micaretas. Pra quem duvida, releia o parágrafo do Rooselvelt.

E no item “combater o ócio”, digamos que foi a menção mais burra. Tipos que, sem Orkut sobra muito mais tempo livre. Definitivamente, não é assim que ela vai combater o ócio.

Gostaria de frisar que a moça em questão mandou os scraps e saiu do Orkut cerca de três dias depois, ou seja, o suficiente para que todo mundo entrasse no scrapbook dela e dissesse ‘humm, vai sair é?’, deixando-a contente e satisfeita por ter chamado a atenção. E convenhamos: quem quer sair do Orkut sai, não fica anunciando.

É que ela sabe que, se simplesmente saísse, ninguém ia perceber.

“Combater o ócio e a futilidade”… tsc tsc.

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January 28th, 2008 | 2 Comentários

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