Ouvi um barulho alto de TV na cozinha e fui até lá desligar. Aqui em casa tem muitas TVs e, por algum motivo, todos acham que têm que deixá-las ligadas, ao mesmo tempo, num volume bem alto e sem ninguém pra assistir. Eu sou a maluca que vou atrás dos outros desligando, o que acaba resultando numa cena engraçada.
Pois bem… chego perto e apuro o ouvido: é a dança do créu. Segundos antes do meu olho bater na tela, as sinapses já associaram a música ao BBB8, já que tô mais ou menos acompanhando pelo Twitter. Congelei, um pouco embasbacada (não sei prque, foi a reação imediato, reflexiva), assistindo àquelas pessoas vestidas com túnicas verdes, postadas contra o chão e mexendo a pélvis sensual e velozmente (eu poderia escrever contos eróticos, não? e só com essa menção vou conseguir dezenas de pára-quedistas do Google).
De repente, começa um “parára para para”, a introdução da popular “dança do adultério”. Não sei se esse é o nome, exatamente, mas sei que a palavra “adultério” está envolvida, e sei que quem canta é o Mr. Catra.
Meu dedo, involuntariamente, quase como um espasmo, foi de encontro ao botão de on/off, e uma sensação estranha tomou conta do meu estômago. Uma espécie de frio na barriga, mas ruim.
Imediatamente, tentei comprender os motivos que me fizeram ter asco imediato da cena que eu vi. Primeiro, cheguei à conclusão que poderia ser uma revolta contra a felicidade cega de uma dúzia de pessoas estúpidas, uma felicidade forjada, sendo exaltada por milhões de TVs ligadas no país.
Não, não era.
“Então”, penso eu, “é despeito. Eu queria estar lá.”
Não… não queria.
Daí, achei que poderia ser uma irritação gerada pela maneira como eles se comportam uns em relação aos outros, agindo como se fossem melhores amigos de décadas, tendo se conhecido há três horas.
Ok, isso me irrita, mas não me teria feito desligar a TV assim, por reflexo.
Foi aí que eu soube. Era só vergonha alheia. Eu tava morrendo de vergonha por aqueles infelizes. Daquelas que você vira o rosto pra não ver, sabe? Tipo, na novela, quando a mocinha vai encontrar o mocinho com outra, mas é tudo um grande mau-entendido, e tipo, ela está super apaixonada, e chega lá, e o cara tá beijando a outra (na verdade, a outra agarrou, mas enfim)? E a gente vira o rosto nessas horas, ou fecha os olhos, não é? É isso. Eu me senti exatamente assim em relação ao Big Brother Brasil 8 hoje.
Sei lá, acho que só não consigo ver… derrete meu cérebro, é tipo um duplipensar que eu não suporto.
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E falando em duplipensar, hoje eu terminei de ler O Guia do Mochileiro das Galáxias. O primeiro volume, mesmo. Achei bem genial, mas curto. Tem umas passagens fantásticas, que demandam uma imaginação, um humor e uma inteligência absurdas pra terem sidos boladas. E fiquei pensando no meu hamster, que sem querer (eu juro!) eu ‘matei’ (está mais para homicídio culposo, já que foi negligência, porque eu o deixei morrer) lá pra 2001. Sempre soube que ele era esperto (e agressivo) demais pra ser só um ratinho malhado.
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Tags: Big Brother, big brother brasil, guia do mochileiro das galáxias, vergonha alheia