O assassinato de Isabella Nardoni e a falta de vergonha na cara

Não costumo falar de coisas sérias aqui, porque de seriedade já basta a necessária na profissão e tudo o mais. Mas é que esse assunto é diferente.

É impressionante como todo mundo parece ter uma opinião sobre o assunto. O dia inteiro, em qualquer lugar que você vá, as pessoas estarão falando disso. O mais curioso é que todo mundo já tem condenação e sentença certa pro pai e pra madrasta. Que grande absurdo é ver aquele bando de vagabundo na frente da casa dos avós, esperando só uma chance pra jogar uma pedrinha. Uma só.

A questão é que dezenas de crianças morrem diariamente de maneiras iguais ou bem mais cruéis do que a pobre Isabella. É um sem-número de Isabellas pretas e pobres se fudendo todos os dias, no Brasil e no mundo. E ninguém dá a mínima pra elas. Não mesmo. Aliás, segundo esse blog, uma criança é assassinada a cada 10 horas no Brasil. São, tipo, doze Isabellas por semana. Nos dias úteis, né, que é quando o país funciona.

Crianças morrem o tempo todo e ninguém tá nem aí pra isso. Pior: crianças são violentadas, apanham, se prostituem, passam fome o tempo todo. No Brasil e no mundo. Todo o caso Isabella é uma puta hipocrisia. Odeio essa palavra, mas não existe outra.

Digite “criança morre” no Google. Crianças morrem atropeladas, sufocadas, por envenenamento, esquecidas em casa, em acidentes de carro, de fome, com marcas de violência e inclusive por quedas de janelas de apartamento (isso, aliás, acontece o tempo todo). Crianças morrem até imitando o Naruto.

E ninguém quer apedrejar ninguém por causa disso. Então, trate de tomar vergonha na cara e continuar vivendo sua vida. Assuma você não se importa, como não se importa com as outras crianças menos favorecidas economicamente que morrem de maneira pior, com as crianças que morem um pouquinho todo dia, e que vai esquecer a Isabella daqui uma semana, assim como esquecu o João Hélio.

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April 18th, 2008 | 7 Comentários

Filmes de zumbis

Eu adoro filme de zumbi e o motivo é bem simples: é provavelmente um dos poucos monstros cinematográficos de filme de terror (junto com a Bolha e aquele bicho do Olhos Malditos) que não tem a mínima chance de existir de verdade. Por isso, assistir filme de zumbi me provoca aquele medo/aflição suportável, esperada e até agradável (entretenimenticamente falando) e não me deixa sonhando por três dias com espíritos, vampiros, ETs ou lobisomens.

Sim, porque ao contrário dos zumbis, os vampiros, espíritos, lobisomens e ETs podem existir. Sim, podem. Muito. Não vou discutir isso com você agora.

Todos os filmes de zumbis têm aquelas cenas clássicas americanas. Tipo zumbis versus mocinho na escola primária da cidade. Zumbis versus mocinho na quadra de basquete do subúrbio da cidade. Mocinho fugindo dos zumbis num jipe, zumbis perseguindo avidamente mocinho (mesmo os zumbis sempre sendo muito lerdos), mocinho escapando por pouco. Zumbis versus mocinho no laboratório que gerou a anomalia genética responsável pela existência dos zumbis. Em alguns casos, zumbis versus mocinho no cemitério.

A boa notícia é que o filme de zumbis da vez se passa no Brasil! EM BRASÍLIA! Puta merda!

Aí que o AOE (que é um saite fogonarroupa do qual eu participo… AGORA!) entrevistou os produtores do filme e deu pra sacar qual a idéia da produção. Tipo, orçamento baixo, criatividade, colaboração de gente de bom coração que quer aparecer, uma câmera na mão e uma idéia na cabeça.

Não, sério. O filme deve ser legal, não só pra quem gosta de filme de zumbi, mas pelo inusitado - por se passar no Brasil, em português e tal. O enredo parece legal e os produtores mencionaram também uma preocupação louvável, a de manter as coisas dentro do bom senso. Sabe no filme de terror, quando o mocinho só dá um tiro no assassino e não confere se ele está morto, e quando volta o assassino não tá mais lá, e todos esses vacilos dos personagens principais nesses filmes? Então, eles prometem que evitam esse tipo de coisa em Capital dos Mortos.

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Post chato ontem, né? Recebi umas três reclamações de chatice. Alguém, muito sabiamente, me perguntou “quem se interessa por embalagens de CD?”, e eu parei pra pensar: é verdade…

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April 17th, 2008 | 8 Comentários

Embalagem mais barata é alternativa para gravadoras?

Nesse final de semana, visitei um lugar meio inóspito. Uma região quase inabitada, que já foi muito popular, mas que hoje em dia poucos sabem que existem.

Chamavam esse lugar de Loja de CD.

Meu padrasto, que é músico e audiófio-chato, não se rendeu ao MP3 e ainda compra os CDs antes de ouví-los, o que eu acho bem estranho. Ontem acompanhei-o até uma loja bem ruinzinha num shopping aqui perto de casa.

Fuçando no catálogo, descobri (com felicidade) que ainda tenho vontade de comprar CDs e DVDs naquelas capinhas legais, ou seja, que eu nãoi desprezo essa mídia tanto assim. Mesmo assim, preços muito altos me afugentaram.

Até que eu achei a nova ‘carta na manga’ da Universal: o Music Pac.

O Music Pack é uma espécie de nova embalagem, mais econômica. O CD vem em um encarte vagabundo de papelão, espetado num teco vagabundo de plástico. Digamos que é uma versão caprichada da cópia disponível no mercado informal, so que original. Não tem livreto nem nada.

Aí você acha isso lindo. “Uau, as gravadoras finalmente estão se tocando, dando alternativas aos consumidores.”

O preço do Back to Black, da Amy Winehouse, embalagem em acrílico, com encarte bonitinho, tudo lindo: 25 malandros. O preço da versão pirata oficial, no papelão, sem encarte: 18,90.

Desculpa, mas pelo conjunto, eu ainda acho um absurdo. Elas não aprendem: as gravadoras tão mesmo fadadas à destruição.

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April 14th, 2008 | 10 Comentários

All she wants is go out with the boys

Marina Elali é a neta de Zé Dantas, compositor e parceiro de Luís Gonzaga, responsável por aquela baiãozinho maneiro que todo mundo sabe cantar: “Ela só quer, só pensa em namorar…”

A Marina tem uma porção de músicas que entraram em novelas, mas nenhuma me interessa. Me interessa a versão que ela fez para a música que eu mencionei, em inglês, segundo ela a pedido da vó.

Vejam que sex appeal, que sedução sensual.

Ela não é ruim nem nada. O problema é que, não importa o quão sexy ela tente ser, toda a vergonha alheia envolvendo a versão, a letra em inglês e o inglês dela tornam tudo bem pouco sedutor.

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April 11th, 2008 | 5 Comentários

Ronaldo Ésper no Superpop mostrando que de arte ele entende

Assisti Superpop hoje, e além de ver a Marina Elali (super-falo dela amanhã), tive o desprazer de constatar que o quadro do Ronaldo Ésper, no qual ele “alfineta” o look das celebritchies, está tentando ser uma cópia ruim e descarada do que o Perez Hilton faz no blog dele, que já não é lá a coisa mais divertida do mundo.


Eu não sei cruzar os braços.

Agora, ele fica diante de uma tela que é uma espécie de tablet, no qual dá pra desenhar com uma caneta vermelhinha. Na medida em que ele faz piadas muito ruins com as celebridades, vai rabiscando as fotos delas e escrevendo coisas que deveriam ser engraçadas. Ele contou, inclusive, a piada do tomate (”o que aconteceu com o tomate que foi atravessar a rua na hora do rush? nada, ele foi até a faixa de pedestres.”)

Fora que em seguida ele fez uma piada bem ruim, que envolvia algo sobre matar seu namorado no fim do encontro, e todo mundo ficou chocado porque a coisa era realmente brutal pra ser colocada numa piada assim, e não era de fato engraçado, mas todo mundo deu uma risadinha amarela e, fora o alerta da Lu (”Ai, Ronaldo!”), ficou tudo legal.

Mas beleza, ele podia tá matando, podia tá roubando vaso no cemitério, mas tá de boa na lagoa apresentando quadro no programa da Lucianta. Só que ai ele pegou uma foto nada a ver do Ozzy, desenhou uns bracinhos cruzados e disse que parecia um quadro do Louvre… e em seguida, revelou que era a Monalisa, de Michelangelo.


“AFE, TÁ ZUANDO?”

E ninguém corrigiu o cara, mano. Nem a produção. Óbvio que eu não tava esperando isso da Lucianta ou dos convidados (que eu nem sei quem eram, com exceeeçãããão da super Marina Elali), mas meu, alguém poderia ter avisado o cara, ele dev ter um ponto, não?

O mais legal é que aí que a gente nota que gafe é uma questão de ponto de vista. Considerando o público do Superpop, a maioria não deve ter percebido, mesmo. E se a REDETV! é realmente a rede de tv que mais cresce no Brasil, aí danou-se tudo.

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April 10th, 2008 | 4 Comentários

RSS novo

Pessoal, atualizem seus clientes de feed. O novo endereço é

www.olhometro.com/feed

Não adianta clicar naquele botãozinho verde bonito lá em cima. Ainda to tentando descobrir como colocar um link lá. Essa semana, só mudanças técnicas. Segunda-feira voltamos com a programação normal. =)

Ps: o feed antigo continua funcionando, eu não entendo nada disso, só achei esse mais seguro e eficaz. Mas, bem, se não quiser mudar, acho que num tem problema não.

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April 9th, 2008 | 1 Comentário
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