Laura Marling: e a gente se contenta com Mallu Magalhães

Ok que todo mundo já percebeu que eu alfineto a Mallu só pelo prazer de fazer polêmica. Mas o que você, amigo leitor, nem desconfia, é que não é esse o motivo. Eu faço isso para provocar a reflexão em mim e em você uau que pretensão da minha parte sobre a maneira que a gente enxerga as coisas: será a Mallu só hype? Porque ela tem algo que encanta, de fato, mas… as composições dela e mesmo esse ‘algo’ justificam tanto hype?

Acontece que aqui, enquanto menina de 15 anos que toca violão e gosta de Johnny Cash vira notícia, parece que lá no Reino Unido até os talentos são de primeiro-mundo. Minha contraposição é a Laura Marling, é uma moça nascida nascida em Berkshire, em fevereiro de 1990 (isso me assusta, me sinto velha), o que faz com que ela tenha recém-completado apenas 18. E elas tem a melhor voz de todas essas femininas que surgiram depois da Winehouse. Feist, Kate Nash, Adelle: ficam todas no chinelo. Laura Marling só tem 18, mas escreve letras como se já tivesse passado por todas as grandes desilusões amorosas na vida. Alguém se lembra da voz feminina no último disco do Rakes, naquela faixa que fala sobre preconceito no metrô (não sei nomes de músicas)? Lembrou, né? Meet Laura:


Oi.

Além de todas as outras semelhanças óbvias com a Mallu, Laura Marling tem também uma parecida no quesito sou-menor-de-idade: foi impedida de fazer show numa casa, certa vez, porque era menor. Aí fez show pro pessoal da fila e tudo, como manda o protocolo básico do artista-jovem-descolada-preocupado-com-os-fãs.

Ela lançou alguns singles, dois EPs e um álbum, chamado Alas, I cannot swim, e fez também uma participação legal no novo disco do Mystery Jets. Laura tem um Myspace e um Site Oficial (sim, com maiúsculas).

Ghosts, a que eu mais gosto.

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May 15th, 2008 | 6 Comentários

Estou exausta

Nunca estive tão cansada. Não é tão fisicamente, porque até que tenho dormido bastante quando dá, já que nem sempre preciso ir pra faculdade. É um cansaço mental absurdo.

Apesar do tempo estar bem escasso, se eu disse que não consigo deixar de dormir por meia hora pra poder escrever, vou estar mentindo. Só que a cabeça não deixa. Parece que eu uso toda minha capacidade mental no trabalho e, quando tento escrever um post, nunca consigo terminar, porque parece que minha cabeça está saturada. Sabe quando você ficahoras discutindo algo sério e depois só quer assistir desenho? É quase isso.

Me faltam temas, me falta criatividade para desenvolver os poucos temas que vez ou8 outra me vêm à mente e me falta tempo para estimular a cabeça e criar outros assuntos (lendo, ouvindo música, assistindo TV ou o que seja.

Até eu acostumar com essa rotina, provavelmente os posts aqui ficaram mais curtos e esporádicos. Não vai mais ser possível atualizar todos os dias, como eu costumava fazer, ao menos por um tempo.

Enquanto isso, caso os senhores leitores tenham alguma solução (imploro por boas idéias para posts), peço que as coloquem na caixa de comentários. Mas considerem fortemente sugerir algo. Estou esgotada.

Aguardem notícias no final de semana.

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May 12th, 2008 | 6 Comentários

Por quê eu odeio dinâmicas de grupo

Há pouco mais de um ano, me aconteceu uma coisa curiosa. Fui pré-selecionada para uma vaga de comunicação interna em uma multinacional de peças automotivas, a TRW que não vou citar o nome porque isso é totalmente antiético.

Lá, fui submetida a estranhos testes com eletrodos e máquinas esquisitas ao experimento bizarro que define uma dinâmica de grupo. Você já confronta os outros participantes na sala de espera; normalmente, conhece um outro de vista da faculdade ou algo assim. Se as pessoas forem simpáticas, vão puxar papo, a coisa descontrai. Mas mesmo assim, a impressão de ’sou eu contra você hoje!’ nunca desaparece do ambiente. E esse clima de competitividade já começa a irritar lá mesmo, na sala de espera.

Daí, beleza. Vai todo mundo pra sala da dinâmica, senta nas cadeiras dispostas em um círculo e normalmente a pessoa do RH diz pra gente se apresentar.

Nas dinâmicas para vaga de estágio, a maioria das pessoas não têm muita experiência. Só que, é claro, sempre vai existir aquela pessoa especial. Sim, a pessoa especial fala 8 idiomas. Ela conhece o mundo inteiro. Ela já fez trabalho voluntário na África e na índia. O mais preocupante: a pessoa especial adora falar sobre o quanto ela é especial. Com desenvoltura.

Minha mãe sempre diz que as dinâmicas normalmente eliminam essas pessoas especiais. Geralmente, elas vêm embutidas também com um espírito de ’se quero algo feito, faço eu mesmo’ - o quê, vocês devem imaginar, não é exatamente o ideal para uma dinâmica em grupo.

No dia da dinâmica para essa vaga em questão, depois da apresentação (que contou com uma ou duas pessoas especiais), haveria uma dinâmica. Ah, minha parte preferida.

Separaram a gente em duplas e a minha parceira de trabalho, muito simpática, comentou que já tinha me visto na faculdade. Descobri que éramos do mesmo ano; ela da manhã, eu da noite.

A dinâmica consistia no seguinte: nos deram dois canudos, um elástico, uma folha de papel e um clipe. E nos mandaram construir a torre mais alta possível com aquilo.

Óbvio: o objetivo era construir uma torre não tão alta, mas que ficasse em pé, pelo menos. A metáfora é que iIsso sem dúvida demonstraria que éramos ‘pé-no-chão’ e também que éramos pessoas preocupadas em construir uma estrutura sólida para depois fazê-la crescer. Claro, evidente que é possível classificar uma pessoa com todas essas características baseado em uma torre de canudos construída por ela. Ufa, ainda bem que temos esse tipo de artimanha para desvendar personalidades de maneira tão rápida e eficiente.

A dinâmica terminou e, entre explicações que variavam do ’sim, porque nós constatamos que era mais importante estabelecer uma estrutura sólida, mesmo que não fosse possível deixá-la tão alta, já que é evidente que, nesse caso, é importante…’ ao ‘nossa torre caiu’, eu e minha parceira explicamos os propósitos da nossa e aconteceu uma coisa inesperada.

Aqui, um adendo: eu tenho uma mania péssima de… rasgar papel. Eu rasgo papel em todo lugar; nos restaurantes, milhares de guardanapos. Eu não consigo ficar quieta e é quase inconsciente: quando vejo, os papéis já estão rasgados.

Ae comecei a destruir minha torre. Torci os canudos, rasguei o papel da base; o clipe, eu quebrei.

E não é que o viado do entrevistador, do nada, gritou: “AGORA VOCÊS TÊM DOIS MINUTOS PARA MELHORAR O PROJETO DA TORRE DE VOCÊS ! VAI!”

Eu nunca esqueci o olhar de decepção da minha parceira, desolado, fatalista, de perda reconhecida. Naquele momento, eu e ela soubemos que a vaga não seria nossa. Eu fiquei com vergonha e pedi desculpas, mas senti que nada poderia fazer para redimir minha falha.

Ontem, na sala nova, a garota me reconheceu. Pedi desculpas novamente; ela pareceu aceitar. Não há nada que o tempo não cure.

Esse vídeo mostra com detalhes a estupidez da coisa o que as pessoas avaliam numa dinâmica. E a gente finge que tá acreditando que os propósitos são tão nobres. E a trilha é Killers, rapaiz. Achou que era tudo ruim nesse negócio de dinâmica?

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May 9th, 2008 | 5 Comentários

Como você sabe que está ficando velha

De uns tempos pra cá, eu comecei a desconfiar que estava ficando velha. Os sinais:

- Não agüentava mais sair de noite pra chegar na manhã seguinte, dormir até as 17h, acordar e achar que tá tudo bem.

- Lugares cheios, filas, gente falando alto: antigamente, era algo que eu provavelmente suportaria em nome da diversão com os amigos. Há alguns anos, se tornou impensável passar por situações assim se a intenção é se divertir.


Odeio filas.

- Música alta. Dizem que “se está muito alto, é porquê você está muito velho”. Eu adoro música, mas mais do que isso gosto de conversar. E música alta não te deixa conversar. Você chega em casa sem voz. E se importar com isso é coisa de velho.

Mas a maior comprovação para a minha suspeita chegou essa semana. Há duas semanas, eu completei 20 anos. E você sabe que está ficando velho quando o dia do seu aniversário é um dia como qualquer outro.

Quando você é criança, aguarda o aniversário ansiosamente. Faz contagem regressiva no mês anterior, e sabe que cada dia a mais é um a menos pro graaande dia. E quando ele chega, é muito divertido; afinal, é o seu dia. Você ganha presentes, às vezes faz uma festinha, vê os amiguinhos e recebe abraços da família.

Esse ano, eu nem vi meu aniversário chegar; quando percebi, ele já estava lá. O dia em que fiz 20 anos foi como qualquer outro. Eu até dormi no fim da tarde, o que chega a caracterizar monotonia, e isso seria impensável no meu aniversário de 12 anos, por exemplo. Tudo isso caracteriza um caso irreversível de envelhecimento crônico. Ou adultismo. Eu costumo chamar assim.

Ah! Já ia esquecendo de mencionar a dor nas costas.

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May 7th, 2008 | 7 Comentários

Acredite nos seus sonhos, um efeito Lua de Cristal

Divida o mundo em dois grupos: os vencedores e os perdedores. Agora, escolha um vencedor. Fica a seu critério. Pode ser esse:


Diego Alemão, campeão do BBB

Ou esse:


Stefano Albini, campeão olímpico

Pode ser até esse:


Ô, campeão, dá pra dar uma olhada no óleo?

E dirija a ele a pergunta fundamental: “Que conselho você daria para aqueles que querem chegar onde você chegou?”

Quando a gente pergunta isso pra um vencedor, a gente se recolhe do outro lado do mundo, o dos perdedores, e assume que gostaria de saber como fazer pra chegar do lado legal, onde as pessoas vencem, são bonitas, sonham com coisas divertidas e têm penteados perenes.

Mas o vencedor é humilde. O vencedor veio de baixo, aprendeu com as adversidades da vida. O vencedor não é mesquinho. Nenhum vencedor vai dizer que foi fácil chegar ali. Eles nunca vão dizer que foi sorte, ou que o pai é amigo do dono da emissora. Não. E ele vai responder sua pergunta, com o brilho vencedor no olhar que só um vencedor tem:

“A minha mensagem é: nunca desista dos seus sonhos. Porquê um dia você chega lá, e eu sou a maior prova disso.”

O vencedor se coloca como exemplo para os perdedores que querem galgar posições na hierarquia do mundo. O que o vencedor não percebe é que, estatisticamente, o fato de ele ter vencido diminui as chances de vencer dos perdedores. Ele ter vencido então é, na realidade, a maior prova de que na maioria das vezes o resto das pessoas não vai vencer, não.

Parece que eu tô desiludida, mas não é isso. É só que não tem essa de acreditar nos seus sonhos. Ao contrário do que prega O Segredo (ops, contei), infelizmente, acreditar não basta. E todo a idéia surgiu é porque eu não aguento mais ouvir gente chata e bem sucedida dizendo pra eu acreditar nos meus sonhos. Ouço isso desde Lua de Cristal, quando o Sérgio Mallandro entrou no túnel numa lambretta e saiu num cavalo branco - na boa, não importa o quanto eu acredite no meu sonho, o Sérgio Mallandro NUNCA vai me resgatar e ainda sofrer uma metamorfose sofisticada de meio de transporte no meio do caminho. Ele gritava “MARIA! MARIIIIIA! CADÊ A MARIA?!”, e tinham as paquitas… ah.

Não vou acreditar em nada. Vou é duvidar dos meus sonhos. Quem sabe, eles não topam o desafio e resolvem me provar alguma coisa? Psicologia reversa is the new black.

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May 6th, 2008 | 6 Comentários

Bruno surfistinha: travesti de Ronaldo prepara autobiografia


Andréia Albertine: das ruas do Rio de Janeiro para a Academia Brasileira de Letras

Do Terra:

Detalhes do encontro do jogador Ronaldo com três travestis na Barra da Tijuca deverão vir à tona em breve. As revelações farão parte de um livro que o pivô da confusão, o travesti Andréia Albertini, está escrevendo. Ele promete divulgar histórias picantes vividas com atores e empresários.

Moral da estória: Plantar uma árvore vai ser fácil. Quero ver como ela vai fazer pra ter um filho.

Pra quem não entendeu

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May 4th, 2008 | 2 Comentários

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