Posted on 11-06-2008
Filed Under (Rotina, cotidiano) by Ana Freitas

O plano:
Pela primeira vez da vida, fazer o que um monte de gente já faz comigo: me escorar deliberadamente em um grupo num trabalho da faculdade, mas fazer isso fingindo que nada tá acontecendo. É óbvio que eu já ‘não fiz nada’ algumas (poucas!) outras vezes, mas isso aconteceu em grupos de pessoas amigas e foi absolutamente consentido. A idéia agora era fingir que não era comigo e deixar a coisa rolar.

Por quê?
O grupo tem 12 pessoas e o trabalho é bem simples. É até DESNECESSÁRIO que todos façam algo, pra não dizer bem difícil. Além disso, tenho dezenas de outros trabalhos para me preocupar. E no seminário anterior nessa matéria, apesar de ser nova no grupo, refiz o trabalho inteiro e apresentei. Ganhei créditos de vagabundagem acadêmica com essa dedicação inicial.

Como:
O primeiro passo é ignorar absolutamente os e-mails cobrando conteúdo. O segundo é não olhar na direção de algumas das 12 pessoas do grupo na sala. Isso não foi difícil, porquê boa parte deles é bem chato e eu não tenho motivos pra olhar na direção deles.

Desenvolvimento:
Na sexta, alguém me cobrou um conteúdo. Eu disse que poderia transformar os textos em slides (especialmente porque a noção de design do pessoal é péssima). Concordaram em me mandar no sábado.

No sábado, recebo o conteúdo já nos slides, com uma observação de que o texto pode ser mudado, mas o design dos slides não (numa vibe ‘adorei o que eu fiz, favor não mexer’). O fundo era uma montagem bem feita mas muito, muito pesada, poluída e escura. Sou minimalista. Mas enfim.

Prometi que mandaria conteúdo no sábado e então resolvi colocar o plano em ação, já que percebi que eles estavam me cobrando sem cobrar os outros.. 7 membros do grupo, só porquê eu era novata e viam que eu faria. Não mandei o conteúdo.

A falha:
Na segunda, na aula, recebi uma indireta: ‘Você recebeu meu e-mail?’
Eu disse que sim, e não falei mais nada. A menina não desenvolveu.
Minutos depois, fui prensada na parede. Quatro membros do grupo me perguntaram porque eu não enviei no final de semana. Disse que havia esquecido, mas não sei mentir, então ficou bem claro que eu não tinha feito porquê não queria. Eles demandaram que eu procurasse o conteúdo que a gente precisava no Portal do Estadão e inserisse nos slides até as 16h. Pressionada, não fui forte o suficiente e acabei cedendo.

Corrigindo:
Óbvio que estaria no trabalho e que, mesmo se quisesse, não conseguiria encontrar o material que a gente precisava. Às 15h, dei uma busca no site e percebi que seria uma longa pesquisa. Encontrei algumas matérias, nenhuma útil. Uma delas talvez tivesse o teor que precisávamos. Separei e enviei por e-mail o link. Não inclui o material nos slides.

A surpresa:
Nem por e-mail e nem na aula, no dia seguinte, ninguém me cobrou. Na aula em questão, um grupo apresentaria o trabalho antes do nosso. Acontece que era uma espécie de seminário, e a discussão acabou se estendendo. No final, só o primeiro grupo apresentou. Nossa nota seria dada pela intervenção e moderação da discussão grupo 1/sala. Ficamos com 0.8 de 1.5

Avaliação do saldo:
Positivo. 0.8 pelo envio de um link é um bom negócio.

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Comments

mariane on 11 June, 2008 at 3:39 pm #

Bah, 12 pessoas é um absurdo. Acho que 5 já era mais do que bom.


felipeluno/ on 11 June, 2008 at 4:10 pm #

ana, sua jornalista picareta! hahaha


Nigel Goodman on 12 June, 2008 at 2:31 am #

Huahua teve um trabalho que eu fiz com um amigo meu que na capa os nomes vinham fora da ordem alfabética, mas na seguinte ordem: nome, sobrenome e número; nome e sobrenome e número a lápis; nome e número; nome e número a lápis; Daniel a lápis
esse daniel a gente descobriu que era do nosso grupo no último dia.


Hamilton on 12 June, 2008 at 2:38 am #

Pois é, 12 pessoas?! Por que não fizeram com a turma toda (24)? Assim facilitaria as coisas, não?


Lucas on 13 June, 2008 at 1:16 am #

como sempre, você escreve muito bem e me prende na leitura. Parabéns


Lannes Melo on 13 June, 2008 at 10:53 am #

Comigo nunca dá certo. Eu [quase] sempre cedo.

Quando não cedi fiquei de exame. Detalhe qe descobri ontem.

A pior parte é saber que vc é capaz, que nao fez pq nao quis e AINDA ficou de exame, com esse desespero de quem não consegue dormir pq precisa tirar 5.9 (Eu disse cinco ponto nove!) no exame.

Pq a gente que é [nerds?] inteligente fica desesperado com coisas do tipo?
Na FEI exame (ou P3, como é conhecido) é satisfatório, não desesperador…


Cafetão Cubano on 13 June, 2008 at 2:37 pm #

Para terça-feira, tenho um trabalho que deve ser feito em 33 pessoas de no máximo 3 páginas e 10 minutos de slides.

Se eu encaminhar o arquivo com a fonte do título alterada, já pensarão que fiz minha parte.


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