Jeff Buckley é um cara que nasceu para dar certo
Nem todo mundo admite, mas todo mundo sabe que tem gente que simplesmente nasceu pra dar certo na vida. É fácil reconhecê-las. É aquela sua amiga de infância muito, muito inteligente. Acima da média. Ou o seu amigo que canta super bem, escreve poesia super bem e tal. Você sabe que aquelas pessoas têm talento nato, algo impossível de adquirir por vontade ou, sei lá, treinamento. Faz parte delas ser foda. Elas não pediram por isso. Simplesmente estava lá.
É precisamente essa a sensação que eu tive quando tive contato pela primeira vez com as músicas do Jeff Buckley.
A estória é esquisita o bastante pra ser contada aqui. Nos anos 90, quando todo mundo estava preocupado em usar camisas de flanela e berrar no microfone, Jeff, filho bastardo de outro musicista, o Tim Buckley, fez fama cantando esse meio-blues-meio-pop-rock-meio-psicodélico (odeio tanto, tanto ter que definir música) em casas de shows de Manhattan. E ele foi ficando famoso, famoso, e famoso. E gravou um disco em 1993, o Grace, que está no meu top 5 de discos preferidos de todos os tempos.
E morreu. Afogado, no Rio Mississipi.
Sim, porque nem todo mundo admite, mas todo mundo sabe que normalmente essas pessoas muito, muito geniais acabam morrendo antes de mostrar tudo o que podem fazer. E é exatamente essa sensação que você vai ter depois de ouvir toda a discografia do Jeff Buckley - o disco de estúdio, Grace, os álbuns póstumos ao vivo e as demos, tudo isso vale a pena. Para quem não quer ficar ilegal, tem bastante coisa no YouTube. Pra quem quer ficar ilegal, tem bastante coisa no mininova. Escolha a orientação, hum, jurídica que mais corresponda aos seus ideias de internauta e seja feliz.
‘Seja feliz’ é mentira, por quê quase tudo do Jeff Buckley é a potencialização do estado de fossa profunda. Mas ainda assim é genial.
Junto com o Grace, Buckley lançou uma versão de Hallelujah, do Leonardo Cohen, que foi classificada pela Time como uma das 500 melhores músicas de todos os tempos e pelo Olhômetro como música #1 para momentos tristes ou de despedidas em seriados e filmes descolados.
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