Batman: o cavaleiro das trevas, a maldição

Eu ainda não assisti Batman. Calma, eu tenho meus motivos: estou dura, tenho trabalhado muito, estou sem dinheiro, tô trabalhando demais… e não tenho um puto. Pronto, meus motivos.

Mas o filme é claramente um fenômeno da cultura pop do século 21, e digo isso mesmo sem ter assistido, pela repercussão que Dark Knight causou. Não, não nos jornais e entre os críticos de cinema.

Esse filme é amaldiçoado.

Todo mundo que assistiu garante que depois do filme é possível compreender porque Heath Ledger estava ‘perturbado’: dizem que o Curinga tomou conta dele. For real.

E agora o Curinga tomou conta também do Christian Bale, o póprio-Batman-ele-mesmo. No dia da premiére do filme, a mãe a e a irmã do mocinho do filme o denunciaram por agressão em uma delegacia de Londres. A polícia só não prendeu Bale no mesmo dia porquê não queria atrapalhar a premiére. Ah, a educação britânica. Que classe. Nada de barracos no dia da estréia.

Christian Bale - coringa
Christian Bale ‘coringado’ versão Cersibon

Ele foi detido hoje pra prestar depoimento e solto em seguida, após pagar fiança.

Esse filme e o elenco estão claramente tomados pelo espírito anárquico e caótico do Curinga. A coisa vai ser pior que em ‘O Exorcista’. Aguardem mais mortes entre a produção nos próximos dias.

Agora, outra hipótese: NINGUÉM pensa na possibilidade desse filme ser o melhor e mais bem arquitetado golpe de marketing de todos os tempos?

Primeiro, Heath Ledger morre. Depois, virais massivos de grande sucesso e jogos de realidade alternativa. Agora, o mocinho do filme soca a mãe e a irmã no dia do lançamento. Não existem coincidências, jovem padawan.

Editado: Batman não bateu na mãe, aparentemente. Parece que ele só ofendeu verbalmente, e isso dá cadeia no Reino Unido. Parece também que a mãe falou mal da mulher dele, e por isso Bale se irritou. A gente nunca vai saber, né…

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July 22nd, 2008 | 6 Comentários

O sonho da macumba própria ao alcance de um clique

Oferenda, feitiço, mandinga, amarração, encosto, quebranto, despacho… são todos nomes populares pra mesma coisa medonha: macumba!

Uma macumba, todos sabemos muito bem, além de ser um instrumento africano de percussão, é o substantivo empregado para designar o conjunto de um franguinho, farofa, cachaça e uns charutos, tudo isso disposto de maneira bonita em uma encruzilhada.

Macumba, Despacho, Trabalho, Oferenda
Aqui rolam umas frutas e um ovinho cozido, também

Eu não sei porque tem que ser na encruzilhada, porque não entendo muito de macumba. Mas sei que é literalmente uma oferenda. A pessoa que faz a macumba pede alguma coisa a uma entidade, que exige em troca algumas coisas - coisas essas as quais ela não tem acesso no mundo espiritual, como charutos, cachaça, banquetes… são todos prazeres carnais, obviamente inacessíveis pra alguém que é invisível.

De qualquer maneira, você pode pedir qualquer coisa para a entidade - uma coisa boa ou ruim.

Se você não tiver afim de ter trabalho assando franguinho e deixando cachaça pra mendigo e vira-lata fazerem a festa, mas ainda assim quiser fazer uma macumba sem que ter que recorrer a um pai-de-santo para isso, a internet te oferece uma opção bem mais cômoda: a Macumba Online.

Na Macumba Online, você está a um clique de fazer sua e-macumba. Basta preencher o formulário, direcionar sua macumba e voilà, em instantes você terá feito uma macumba para alguém. E o melhor: é de grátis.

Se pega? Olha… daí já é difícil dizer. É tudo uma questão de vibe, se é que você me entende. Se a vibe for favorável, qualquer macumba pega. Até macumba que não é macumba.

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July 21st, 2008 | 1 Comentário

Recadinho para a vizinha de cima (fofa!)

Querida,

Compreendo seu desejo de viver em uma casa nova, mais bonita, toda reformada. É o que toda mulher sonha, não é? Viver num cantinho aconchegante que seja exatamente do jeitinho que a gente quer.
O que eu não entendo é de que maneira isso demanda que homens martelem todo o chão do seu apartamento durante todo o dia, especialmente no período da manhã, que é quando eu desejo (e necessito, sabe?) dormir. A partir das 8h00. Há dois meses.
Porquê assim, eu entendo que você precise martelar algo por um, dois dias. Por uma semana eu entendo, sabe. Mas que porra de coisa é essa que precisa ser martelada por dois meses?
Me deixe dormir, cazzo.

Grata,

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July 17th, 2008 | 3 Comentários

Uma homenagem atrasada ao Dia Mundial do Rock

Eu não acredito em datas comemorativas. Qualquer ‘Dia de algo’ tem uma motivação comercial. Com o Dia do Rock não é diferente. Mas acho que o Rock merece uma menção aqui, por tudo que eu devo a ele. Claro que estamos atrasados - o dia do Rock foi no domingo. Mas o amigo rock’n'roll, transgressor das regras que é, apoiaria esse meu atraso. Quero comemorar hoje - e todos os dias.

Eu ouço rock desde sempre - ou melhor, desde antes de sempre. Fui ao Hollywood Rock em 88 na barriga da minha adorável mãe. Registros familiares dão conta de que eu cantava Legião e Engenheiros (é, não dá pra ser perfeita; pelo menos não eram os clássicos do Exalta) aos 3 anos, erros de criancinha bonitinha que não sabe falar direito inclusos.

Ninguém veio até e mim e me disse que eu deveria gostar de rock’n'roll e odiar pagode por uma questão de antagonismos naturais. Tipo terra e ar, yin e yang, fogo e água. Mas eu sabia disso naturalmente, por algum motivo que me foge à compreensão. Dediquei alguns bons anos da minha infância e adolescência a odiar o detestável pagode.

Dos discos que me fizeram a cabeça dos 10 aos 12, menciono os então recém-lançados acústicos dos Titãs, da Legião Urbana, o Ten, do Pearl Jam e o Americana, do Offspring e Toxicity, do System of a Down. Nessa época também ganhei um disco dos Backstreet Boys de aniversário, ao qual até dei uma chance, mas odiei. Estava no sangue.


Esse furou de ouvir MESMO. O disco descascou.

A única coisa que destoou desse padrão na minha infância foram os discos da Chiquititas, mas penso que isso é compreensível.

Mas desde então, tem sido só rock’n'roll, sabe. Eu ouço música o dia inteiro, desde que pude fazer isso (ganhei meu primeiro walkman da Aiwa no aniversário de 8 anos ou coisa assim), e das três primeiras músicas que aprendi a cantar em inglês, quando comecei a estudar ainda novinha (Killing Me Softly, Gangsta Paradise e People Are Strange), a única que realmente me intrigava e fascinava era a terceira (embora as duas outras fossem muito boas, devo confessar). Eu respiro rock’n'roll. Tenho defendido o rock desde sempre. Por deus, meu pai chama Rock (é Roque, mas peço licença poética e fonética). Não tinha como ser de outro jeito.

Nestas minhas naveganças, encontrei uma daquelas raras canções que expressam ‘coisas’ tão sólidas de maneiras tão sutis. Esta aqui capta sem dúvida o espírito do rock’n'roll - e eu não sei o que isso significa, mas tenho certeza que a música faz isso. ‘With a Little Help From My Friends’ é dos Beatles, mas a versão do Joe Cocker, abertura dos incríveis Anos Incríveis, é… incrível.Não dá pra explicar, mesmo. Só ouvindo.

Salve o rock’n'roll. Atrasado, mas salve. Me diga: qual música representa o espírito do rock’n'roll pra você

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July 17th, 2008 | 1 Comentário

Agora vocês sabem porque eu não fui no JUCA

Eu estudo jornalismo há 3 anos. Desde o primeiro ano, rola um frenesi em torno do tal do JUCA, os Jogos Universitários de Comunicação e Artes.

Existem alguns motivos pelos quais eu nunca fui ao JUCA e eu vou enumerá-los aqui:

  • Custa uma grana, e as instalações são precárias.
  • Eu me irrito muito fácil com gente idiota, a ponto de ficar absolutamente mal-humorada, e eu tenho motivos para crer que existe uma concentração alta delas no JUCA.
  • No JUCA, as pessoas manifestam um amor incondicional pela camisa que vestem, ou seja, a da respectiva faculdade. Numa boa, eu NUNCA vou ficar gritando ‘METÔÔÔÔÔ!’ Também nunca vou xingar pessoas que estudam em outra faculdade só porquê elas estudam em outra faculdade, mesmo que seja de brincadeira. Acho esses ‘bairrismos’ (’campismos?’) muito idiotas. E não gosto de gritar coisas em que não acredito. Gritar é muito… explícito.
  • São quatro dias de álcool e outras drogas, sexo e micareta, e eu acho um belo dum desperdício de dinheiro pagar 250 paus pra viver tudo isso numa cidade perdida com gente desconhecida e idiota. Ainda tem o ônus da micareta.
  • Eu acho sacanagem fantasiarem uma festa loca dessa sob o pretexto eufemista de ‘Jogos Universitários’. Na boa, nós sabemos que se tirassem as competições, talvez ninguém percebesse. É a mesma coisa que chamar Rave de FESTA DE MÚSICA ELETRÔNICA quando todo mundo sabe que hoje boa parte das pessoas só vai lá pra usar drogas.

Já fiquei muito tentada a ir. Eu tenho muitos amigos, alguns idiotas e outros não, que freqüentam o JUCA religiosamente e depois passam o ano falando sobre os jogos. Alguns deles insistem bastante pra que eu vá, e isso me deixa lisonjeada, mas eu sempre resisto, porque sei que chegando lá eu me irritaria com toda aquela glorificação do nada e acabaria ficando o dia inteiro trancada dentro da barraca. É, são barracas.

Esse ano eu também tava sem dinheiro, então foi mais fácil de argumentar e acabei não indo. E quer saber? Não me arrependo de não ter ido nos 3 anos.

Pra vocês terem idéia, um desses rapazes terminou o curso de Jornalismo há dois anos. E ele continua indo nessa parada. É tipo… religioso. Ele é do fã-clube da Lipstick**. Construam o perfil mentalmente.

Natural que nem todo mundo que vai ao JUCA é idiota assim, mas tenho motivos pra acreditar que a maioria é. Natural que parece que eu sou uma chata, velha… sou meio reclamona, sim, mas certamente sou mais jovem (e é óbvio que não tô falando de idade biológica) que a maioria das pessoas no vídeo. Natural também que isso é uma edição, e se alguém falou algo coerente, eles devem ter cortado (embora eu duvide!); outra coisa natural é pensar que alguns dos meus amigos que vão ao JUCA fazem todas essas coisas do vídeo, de maneira quase igual, mas eu gosto deles mesmo assim.

De qualquer maneira, meu veredicto é esse mesmo: se eu quiser me drogar, dançar sensualmente, beber até cair, dá pra fazer tudo por aqui, longe de um monte de gente patética e perto de amigos, com instalações higiênicas e agradáveis, sem ouvir música ruim.

Mas como disse um cara que comentou o vídeo no Youtube, eu deveria é estar comemorando a idiotice dessas pessoas. A vida deve, eventualmente, ficar mais fácil pra quem não é idiota.

*Esse post tá sendo adiado desde que o JUCA ia acontecer, no último feriado prolongado, que não lembro exatamente quando foi. Um blog famoso aí postou esse vídeo e eu resolvi finalmente publicar, já que teoricamente o tema volta a tona por um ou dois dias.

**Lipstick é uma banda de feminina de rock para adolescentes. Não posso dizer que tenho nada contra elas, já que a baixista é tipo uma das minhas melhores amigas, mas não entra na minha cabeça que um marmanjo de 25 anos ou coisa assim faça parte do fã-clube delas.

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July 16th, 2008 | 3 Comentários

Wikileaks: o maior pesadelo de Brasília

Você é executivo de uma transnacional milionária e tem informações secretas sobre sua companhia que podem afetar o bem-estar da população mundial?

Daniel Dantas
SIM!

Você é um político oprimido, que sabe de todas as mutretas que rolam por trás dos panos, mas não pode falar nada pra ninguém?

Deputado Clodovil Hernandez
SIM, MEU BEM!

Você é um jornalista e apurou um furo bombástico que diz respeito a toda a população, mas corre risco de morte se divulgar o que descobriu?

Carmo Dalla Vecchia - Zé Bob
SIM!

Então, os seus problemas acabaram. Chegou o Wikileaks, um site cuja proposta é que esses grandes detentores de informações sigilosas, mas fundamentais para o interesse público, dêem com a língua nos dentes por lá de forma anônima.

É uma maneira genial de usar internet para veicular informação que é mantida em sigilo. E se a coisa funcionar como os criadores gostariam, poderia ser uma revolução da distribuição de informação secreta.

Aí você pensa o óbvio: que qualquer um pode chegar lá, escrever o que quiser e fingir que é verdade. É, pode. Mas acho que o Wikileaks é uma das últimas provas coletivas de confiança na honestidade do ser humano.

Se essa moda vai pegar por aqui, eu não sei. Sei que as possíveis conseqüências seriam duas:

- O site se torna popular e, minutos depois do estardalhaço inicial, sai do ar misteriosamente, sem deixar vestígios;

- O site se torna popular, os brasileiros descobrem, invadem e começam a publicar informações falsas. Afinal, somos os usuários de internet que passam mais tempo conectados no mundo. Não temos o que fazer. Logo, vandalismo virtual é o que nos resta.

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July 15th, 2008 | 1 Comentário

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