z 2008 September | Olhômetro

Como não se estressar com a saga dos ingressos para a Madonna

A técnica é simples e está sendo muito eficaz: basta não querer ir.

Como a Gabi, desde que os shows da Madonna no Brasil foram anunciados eu decidi que não iria. Não estava disposta a enfrentar o estresse de filas intermináveis, sites que não entram e call-centers que não funcionam. Gosto da Madonna o suficiente para ir ao show e me divertir, mas não o suficiente para enfrentar tantos problemas para assistir a esse show. Tô fora.

Por mais que a Tickets for Fun (o nome mais irônico na história de empresas de ingressos) tivesse insistido que esse seria um sistema inovador, óbvio que deu tudo errado. Aliás, houve sim uma inovação: nunca um sistema de venda de ingressos foi tão ineficiente. Inovou!

A única solução que traria resultados reais e daria uma chacoalhada na organização do show seria o boicote: se não deu para comprar, não compre. Mexe com o bolso para ver se não dá certo?

Claro que ninguém vai fazer isso (e também é claro que a Time4fun sabe que esse risco ela não corre). Logo, nos resta tentar viralizar o quão várzea é Time4fun, a produtora do evento, e o sistema incompetente que eles ‘montaram’ para vender os ingressos. Lembrem-se sempre que a Time4fun foi a responsável pelo caos e pelo exemplo de falta de organização no show da Madonna no Brasil.

Nem vou dormir essa noite de preocupação!

O Brasil segue dando shows de desorganização quando tenta trazer grandes shows de música. A Ilustrada no Pop sempre cobre esses problemas muito bem, e reproduzo o discurso de Thiago Ney num post de hoje: ver um show no Brasil exige muita paciência e acaba dando muito mais preocupação do que divertindo.

Os problemas são tantos: ingresso caro e difícil de adquirir, falta de estrutura, falta de organização no show, problemas no som, comida e bebida caras e de qualidade duvidosa, problemas no transporte (os shows sempre acabam depois da meia noite, quando já não passam mais ônibus e metrôs, e os estacionamentos sempre cobram fortunas). A grande preocupação não é mais fulano ou sicrano vir tocar aqui, mas sim enfrentar todos os obstáculos que se colocam entre você e o show em si. Lamentável.

O jeito é desencanar de tudo isso, guardar a grana dos ingressos a preços abusivos, parcelar um Home Theater e uma TV gigante e recorrer às vantagens da era digital. Compre centenas de DVDs e seja feliz no sofá da sua casa. Porque ver artista ao vivo, ultimamente, tá dando mais dor de cabeça do que alegria.
Olha só quanta gente concorda (e isso foi só com uma busca rápida pelos meus feeds):

Madonna no Brasil - Holiday ou Hard Candy, no Tudo está rodando

enquanto isso, em são paulo…, no Papel Pop

Provincianismo digital acaba com o sonho Madonna, na Flávia Durante

bjomesubdesenvolva X, no Quem mexeu no meu Ipod?

tickets for fun faz PALHAÇADA, no don’t touch my moleskine

Me dasapeguei, no Casa da Narcisa

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September 4th, 2008 | 4 Comentários

A vida não é como no The Sims

Eu nunca me senti à vontade para tirar foto com pessoas famosas encontradas aleatoriamente nos lugares. Primeiro, achei que tinha vergonha de ser inconveniente e invadir um momento pessoal do fulano para pedir uma foto. Depois, também me dei conta que eu não dava muito valor para uma foto com um cara famoso, simplesmente porque essa foto não tem valor nenhum e não quer dizer nada - exceto que por uma coincidência eu estava no mesmo lugar que essa pessoa. Em terceiro, se for o caso de registrar a presença da pessoa, prefiro tirar uma foto dela - e não com ela. Só tirei foto com pessoas ‘famosas’ uma vez, ocasião perdoável pela situação, que um dia eu conto.

A minha dúvida é a seguinte: tirar fotos com pessoas famosas realmente dá algum status quo social? Existem pessoas que perseguem celebridades das mais bizarras, das quais elas nem são fãs, por uma foto. No show do Muse, um fulano pediu parar tirar uma foto com o Rafael Losso.

Para quem não sabe, Rafael Losso é esse cara aqui:

Quem é Rafael Losso na noite? Ele já foi VJ na MTV, ok. Um monte de gente não gosta do jeito meio retardado dele, ok também. E ele é um cara legal. Mas que tipo de nível de popularidade o carinha do show do Muse vai elevar se mostrar aos amigos e família uma foto dele com o Rafael Losso? Digo, realmente existem pessoas que escolhem os amigos pelo número de fotos com famosos que eles têm no álbum do Orkut? Porque isso me parece improvável, e torna o conceito de foto com celebridade totalmente sem sentido. Vamos supôr que existam dois motivos para posar ao lado de um rosto conhecido:

1) Mostrar aos amigos, que ficarão encantados e gostarão muito mais de você, e colocar no Orkut, o que atrairá muitos amigos até você e você se tornará incrivelmente popular;

Já provamos que essa hipótese é furada, já que não consigo conceber a existência de alguém que dê valor social para uma foto de tietagem. A possibilidade do Orkut é algo a se considerar. Como muita gente considera importante a situação social no Orkut (o que explica inclusive exibição insistente de fotos no exterior, caso tiver, no mesmo álbum), e sua imagem no Orkut é constituída pelo quão descoladas são suas fotos…

2) Saber que você é muito, muito legal por ter encontrado alguém famoso por acaso;

Essa possibilidade é inválida por vários motivos. Mais óbvio, se você se acha legal porque encontrou alguém POR ACASO em um lugar e tirou uma foto com essa pessoa, claramente não adianta você se achar legal, pois vai continuar sendo um babaca. Em segundo, qual o mérito de encontrar com uma pessoa aleatoriamente em algum lugar? E depois, se fosse para levantar o próprio ego, não precisava tirar a foto, bastava lembrar do momento.

Discutível também é o conceito de famoso nesse caso. Aparentemente, não existe um padrão, até por causa das celebridades de nicho na internet. Mas no geral, basta aparecer na TV mais de três vezes e algumas pessoas já podem desejar tirar fotos com você. E as escolhas às vezes são terrivelmente inexplicáveis (como o exemplo do Rafael Losso).

Posso entender que demonstrar proximidade com alguma celebridade é algo que traz sim status quo social (entre pessoas estúpidas, mas a maioria delas é, então ok). Mas ninguém que tira essas fotos está FINGINDO ser amigo do cara. Pra começar, todo mundo sabe que foi uma coincidência você encontrar com o fulano. E são retratos claramente tietístiscos, normalmente tirados ao lado da pessoa famosa em questão, ambas com um largo sorriso no rosto, como se aquele encontro fosse tudo o que tivessem sonhado por todas suas vidas. E amigos de celebridades não tiram fotos com elas porque e exibem para os outros.

No fim, minha conclusão é a seguinte: a vida real não é como o The Sims. Retratos como esses não te dão +++ em todos seus relacionamentos. Exceto talvez no Orkut, fotos com o Latino ou com a Proibida do Funk (tem essa mulher, né) só fazem você se sentir legal, mas ninguém vai gostar mais de você por isso, e você também não vai atrair pessoas bonitas e legais porque tirou fotos ao lado de gente famosa. Eu sou fã de algumas pessoas, mas isso me dá vontade de ser amiga delas, sabe? Aquele cara que parece tão legal que você tem vontade de trocar uma idéia. Mas tirar fotos… tirar fotos não faz sentido.

Minha ressalva fica com as fotos ao lado de pessoas que você realmente admira - um cantor, ator etc de quem você é super fã. Acho que serve como lembrança de um momento no qual você se emocionou pois esteve perto daquela pessoa. Mas não entendo gente que tira foto com toda e qualquer coisa que se mova atrás de uma tela. É patético.

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September 3rd, 2008 | 5 Comentários

Vazou uma música nova do Kaiser Chiefs: esqueçam Ruby

Um dia, houve uma banda da qual eu gostava muito. Não os achava inovadores, grandiosos nem nada: só eram divertidos o suficiente para me fazerem ouvir o primeiro CD deles por bastante tempo.

Eles se chamavam Kaiser Chiefs.


Q?

Ainda chamam. O Kaiser Chiefs pisou na bola no segundo disco, que é legalzinho, mas chato, repetitivo, previsível. Aquela ‘Ruby’, por exemplo, apesar do clipe excelente, se torna insuportável depois de poucas audições, chata demais. Não perdi meu respeito pela capacidade do Kaiser Chiefs de animar uma boa festa, mas fiquei triste que eles tivessem perdido a capacidade de me surpreender.

Mas eles a recuperaram. Mark Ronson é o produtor desse terceiro disco. E se o mojo não voltou por inteiro, veio ao menos em parte em uma das novas músicas, que já tem tocado nas rádios inglesas e se chama Never Miss a Beat. Perfeita para pista de dança, música fantástica, grudenta de um jeito bom, daquelas que você pensa ‘eu gostaria de ter feito’. E o riffzinho dela é daqueles que te dá vontade de conquistar o mundo. Rock’n'roll, manja?

Fora a letra, uma ode à rebeldia escolar, à geração burra da internet… praticamente uma versão moderna de Another Brick in The Wall [modo heresia roqueira off]

‘What did you learn today?
I learnt nothing.
What did you do today?
I did nothing.
What did you learn at school?
I didnt’t go.
Why don’t you go to school?
I don’t know.
It’s cool… to know nothing.’

É tão boa, tão boa, que eu não costumo fazer isso, porque dizem que é ilegal, mas vou abrir uma exceção: subi a música no Rapidshare e o link tá aí embaixo:

Kaiser Chiefs - Never Miss a Beat (2008) - DOWNLOAD

Parece que é oficial que o Kaiser Chiefs vem ao Brasil para o fabuloso festival Planeta Terra, que acontece em novembro. A notícia é boa porque um show do Kaiser Chiefs é algo que promete ser divertido, e porque o festival Planeta Terra, ao menos no ano passado, em sua primeira edição, deu um show em organização, especialmente após o trauma Tim Festival 2007.

A conferir.

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September 2nd, 2008 | 4 Comentários

Blog Day 2008: indicando blogs legais

Soube primeiro lá na Cler que hoje, 31 de agosto, é Blog Day 2008. Hoje é dia de indicar cinco blogs que você gosta de ler e propagar pelo mundo a alegria que esses textos te proporciona (!). E como ainda faltam algumas horas para o fim do dia 31 de agosto, aproveito para subverter a ordem e indico não cinco, mas quantos eu quiser alguns blogs que valem a pena serem lidos. A conferir:

Topismos

Um blog de listas realmente divertidas. Inspirado pelo Rob Flemming de Nick Hornby em Alta Fidelidade, o Denis compõe coletâneas dos 5 melhores qualquer coisa, geralmente envolvendo música, cotidiano, cinema, literatura, TV, desenhos e todas essas coisas que a gente adora porque nos fazem parecer muito cool. Ele nunca repete o TOP5 e os temas são sempre muito legais.

RangoTRU

É pra você, homem, que se destaca na cozinha mas não deixa de lado seu lado BÁRBARO de ser. Aprenda a preparar bifes suculentos, molhos, massas e toda a sorte de guloseimas sem nenhuma frescura, como manda a etiqueta do verdadeiro homem-roots. GRRRRRRRR

Eneaotil

Quem escreve o blog é a Leonor, que tem um humor fino e impecável pra falar das aulas de Kung-Fu, do cotidiano no Sumaré e das peripécias do genial filho dela de 7 anos, o Lucas. Imperdível. Ok, os outros também são, mas você precisam me ajudar nessa, ok? Imagina, são vários mini-textos e eu não posso repetir adjetivos nem estruturas - além do que começa a cansar ficar descrevendo. Ok, próximo.

Tudo está rodando

Já falei desse blog algumas vezes aqui, mas agora a indicação é oficial. O Tudo Está Rodando é o outro blog do Carlos Alexandre Monteiro, carioca gente-fina responsável por abastecer os fãs brasileiros de Lost com toda sorte de rumores e informações no LostinLost. No TeR, tem de tudo um pouco (meio como aqui, mas ele não fala tanto quanto eu): música, literatura, cinema, internet. Sabe, essas coisas que a gente gosta. Clica lá, sério.

Dossiê Cultural

Tem todas essas coisas que a gente gosta de ler sobre, também. Vídeos na internet, cinema daqueles de discutir no circuito-augusta, música, literatura, notícias engraçadas e essas coisas. De um jeito bom - não é simplesmente mais um daqueles blogs agregadores de novidades. Tem texto, discussão, análise. Uma beleza.

O Esquema

Um mini-portal que reúne quatro blogs ultra-descolados, todos digno de leitura e de assinatura de feed. Tem música, livros, filmes, dicas, indicações musicais e essas coisas. Quase tudo que um leitor precisa para ser feliz.

Urblog

Eu faço jornalismo porque gosto de contar histórias de gente. E todo mundo tem uma história legal pra contar sobre si mesmo. Todo mundo é interessante se você souber por onde procurar. O Urblog anda por São Paulo com uma câmera digital e conversa com essas pessoas que podem não parecer interessantes para os olhos menos atentos. Genial.

From Lady Rasta

Eu gosto dessas pessoas que escrevem blogs impossíveis de classificar em um gênero. A gente não ganha com o adsense, mas escreve sobre o que dá na telha do jeito que quiser. Essa é a Lady Rasta. O nome lembra algo como Bob Marley e pans, mas parece que não tem nada a ver com isso.

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September 1st, 2008 | 2 Comentários

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