20.02
2009
5:15 pm
10 coisas que eu adoro sobre o Carnaval
Postado em Brasil, Crônicas, Entretenimento, Pop, TV1. Folga no feriado
Funciona assim: tem uns 3 dias, parece, em que você pode comer carne e fazer todo tipo de excesso porque depois vai passar 40 dias como padre sem poder fazer nada. Isso se você for católico. Praticante. Muito. Daí, esse feriado religioso foi incorporado de forma generalizada pela sociedade num estado laico, e todo mundo tira folga nesses três dias pra poder cometer os excessos à vontade. Mas depois, na quarentena, ninguém entra em abstinência de nada (como a gente bem sabe), então nada faz sentido aqui, só o fato de não ter que ir pro trabalho.
Só que eu trabalho no Carnaval, então não acho que esse item se aplica a mim. Ignore essa informação quase insignificante.
2. Sorvetes de graça
Aparência convidativa, mas foi o mais próximo do original que consegui achar
Quando tinha uns 10 anos, passando o Carnaval numa colônia de férias, teve uma gincana relâmpago em que qualquer criança que subisse no palco naquela hora pra cantar uma marchinha de Carnaval (seja lá qual fosse) ganharia um sorvete. Eu não sabia nenhum, mas a então namorada do meu pai - hoje mulher dele - me ensinou um trechinho: “‘Ó jardineira, por que estás tão triste? Mas o que foi que te aconteceu?’ ‘Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros, e depois, morreu’”.
Decorei esse trecho, subi lá e, enfrentando a vergonha e os olhares reprovadores dos coleguinhas - afinal, era só UM sorvete, e quem subisse primeiro e cantasse qualquer marchinha ganhava - e cantei esse negócio. Daí ganhei um vale sorvetinho.
Parece que na hora eu fiquei meio confusa: primeiro, porque era uma música trágica pra cacete pra ser cantada alegremente pelas pessoas, com dedinhos levantados, ainda por cima, como se fazia no carnaval. Depois, acho que nem sabia que a camélia era uma flor - provavelmente pensei que era o nome de uma mulher, tipo Amélia (só que com C antes), o que provavelmente também causou alguma confusão, já que fiquei me perguntando o que ela fazia em cima daquele galho.
O problema é que nunca aprendi o resto da marchinha, e até hoje me pergunto que fim levou a camélia e a moça, jardineira, que por ela chorava. E fico pensando, também, se na época em que a marchinha foi escrita as pessoas tinham mesmo tempo de chorar por camélias que caem de galhos.
3. Enfrentar reprovação de grupos socialmente opressores
Na mesma colônia de férias, mas num carnaval anterior, houve uma oficina de fantasias. Eu, sempre muito precoce e à frente do meu tempo, resolvi também confeccionar a minha, ainda que todas as outras meninas que participassem do grupo tivessem 13 anos e eu tivesse uns 7, talvez menos.
Era de se esperar que menininhas nessa idade, já com instinto maternal possivelmente aflorado, me acolhessem como a mascote da turma que confecciona fantasias de fadinha. Mas não foi o que aconteceu, como você observa com exclusividade nesse clique certeiro da minha avó (clique na foto para ampliar):
Mesmo assim, enfrentei os preconceitos e desfilei na avenida (acho que era só na área aberta da colônia, mas eu tenho imaginação, ok?) ao lado de todas as garotas grandes e invejosas da minha astúcia e sagacidade precoces.
(Nesse item, agradecimentos ao meu irmão que passou na Unesp direto sem cursinho e nem é nerds PARABÉNS VC É FODA PQPQPQPQPQP, pelo trabalho imenso executado ao ter de me enviar a foto por e-mail)
4. Camisinhas de graça
Aparentemente, o Ministério da Saúde está bem mais otimista em relação ao meu Carnaval do que eu. Na porta da estação de trem, ganhei duas camisinhas meio vagabundas e um livretinho ensinando que coisas transmitem AIDS e que coisas não transmitem AIDS (mas ali não tinha todas as coisas que NÃO TRANSMITEM, nem todas que TRANSMITEM, só as mais populares e relacionadas ao carnaval, acho. Não tava escrito que soltar pipa não transmite AIDS, por exemplo, mas acho que é porque as pessoas não soltam muita pipa no Carnaval. De qualquer forma, você entendeu o espírito), além de ensinar também a colocar a camisinha e de ter a Negra Li na capa perguntando “Qual é sua atitude na luta contra a AIDS”?
Resolvi deixar as camisinhas na gaveta.
Do trabalho. Porque vou trabalhar no Carnaval. E se eu me f*der no plantão, ao menos estarei protegida.
(A piada completa foi construída num diálogo descompromissado pelo Twitter com o Dieguito. Créditos também pra ele, portanto)
5. Hum…
Não achei mais nada que adoro no Carnaval. Desculpe. Os itens 6 a 10 ficarão vazios, mas pra página não ficar feia, vou colocar uns personagens irados pra você se inspirar na hora confeccionar sua fantasia (e não cair no ridículo de participar de uma oficina onde todas as meninas façam a mesma fantasia de fada. Vou te dar opções).
6. Sonic: the Hedgehog
7. Bob Esponja
8. Mickey Mouse
9. Bidu
10. O Homem-Aranha
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Tags: carnaval, crianças, Desenhos, fantasias, infância, trabalho
Rubens Reply:
February 20th, 2009 at 7:15 pm
Respondendo a mim mesmo.
Boa sorte no plantão. Eu só volto ao batente quinta-feira. \o/
Responder