Eu fui pra Paris (ok, já faz um tempo… mas sabe como é) e devido a alta demanda de informações sobre a cidade por parte de amigos e familiares resolvi começar esse post em forma de FAQ.
1. Uau você ta chique heim???
É o que parece. Mas se você me visse com os joelhos encolhidinhos na poltrona do Eurolines (é um ônibus) de 35 euros as 2h da manhã, tentando dormir sem a possibilidade de reclinar a poltrona, TALVEZ não achasse isso.
Não estou reclamando, apenas expondo os fatos.
2. Mas você vai sozinha? Paris é uma cidade pra ir acompanhada!!!
Não exigiram acompanhante na imigração. Ainda bem, porque meu namorado tava trabalhando lá na Holanda, por isso não pode ir. Não vi o tal do romantismo, quer dizer, não mais do que a gente vê em toda linda cidade europeia e tal.
3. E ai??? Viu a Monalisa???
Puxa, apesar de aparentemente o museu ser de graça pra residentes na Europa de menos de 26 anos, eu fiquei com preguiça. Tambem, depois de ouvir tantas vezes que é um quadrinho de 30 cm de altura meio decepcionante…
4. Mas nem no Louvre você foi?
Não!
5. Mas onde você foi então?
Gente… Vários agentes de turismo em potencial, não?
6. Tá, ai, desculpa. Onde você ficou, hostel?
Não. Couchsurfing.
7. Ai… você não tem medo?
Hum… não fui sequestrada, violentada, maltratada, não fiquei desconfortável: dormi em um belo sofá-cama na casa de um ativista político colombiano que mora em Paris há 20 anos, fala português, e até bicicleta oferecia pros couchsurfers na casa dele.
8. Que sorte!
Claro, sorte é certamente o fator maior aqui: o menor é as mais de 100 qualificações positivas de viajantes pra ele no couchsurfing.com.
E acabou o FAQ. Se ficou alguma dúvida, favor incluí-la nos comentários. Voltando a Paris (metaforicamente), eu fui a Torre Efiffel e ela existe mesmo, posso provar com fotos. Além disso, ela é muito, muito grande, daquelas que são super maiores do que parecem. Não é assim, bonita, sabem? A estrutura de metal retorcido passa aquela impressão de arquitetura de revolução industrial que não é necessariamente algo agradável para os olhos. Impressionante mesmo é a Champs-Elysees, gigante, linda, o seus entornos, com parques fantásticos, fontes lindas e tudo o mais. E tem Montmartre, com suas casinhas e predinhos tão bonitinhos, bares frequentados por Van Gogh e Picasso. E a Ile de la Cite, de onde se vê o Sena por quase todos os ângulos. E ele é bonito, mesmo.
As coisas mais legais que eu vi foram a gravação de um clipe de Bollywood na Ponte das Artes (a dos cadeados) e um cara que fazia embaixadinhas em cima de um poste em frente da Sacre Coeur em Montmartre.
O charme que todo mundo menciona quando fala de Paris é todo verdade. E olha que eu nem botava fé nisso. Paris é aconchegante onde você for, dos bairros mais abastados aos mais periféricos. E é impressionante conseguir manter esse ar mesmo quase não tendo casas, só predios, com tanta gente indiferente por todo lado, gente dormindo na rua e no metrô, aquela frieza de cidade grande. Mesmo com tudo isso - aliás, somando tudo isso -, Paris e suas centenas de monumentos e cantinhos escondidos cheios de história da arte e da literatura têm sim o charme que atribuem à cidade.
Eu fiquei num bairro chamado Chateau Rouge, cerca de 15 minutos (de metrô) do centro da cidade, a Ile da la Cité, um pedaço de terra no meio do Sena que originou a cidade de Paris. Só que entrar e sair pela porta do metrô, no caso, parecia muito mais com entrar em um portal de teletransporte - Chateau Rouge era um pedaço de Luanda no meio da capital da França.
Vi muitos pombos, muito cinza, muita gente apressada, poucas bicicletas, ouvi muitas buzinas e quase fui atropelada por um motoqueiro sem coração. Senti cheiro de pão fresco a cada esquina, odor insuportável de urina no metrô, e até frango assado rodando no espeto de domingo eu vi.
Paris me lembrou São Paulo, se São Paulo tivesse uns mil anos de história e, com eles, tivesse tantos monumentos, muitos parques, alguma organizaçao e gente falando francês. Paris deve ser a a única capital europeia que eu chamaria de prima próxima das grandes cidades brasileiras. Não sei se são os muitos prédios com cara dos anos 50 misturados aos edifícios do início do século, o metrô que corre por cima da cidade, a sujeira nas ruas… pode ser tudo isso junto.
Erik Paixão says:
O F.A.Q. de Paris http://bit.ly/kjTNgo #reader
Milton Leal says:
Faltou uma pergunta no FAQ. Voce comeu croissant?
Ana Freitas says:
Claro. Comi. E ainda pedi em frances. JE VEUX UN CROISSANT SIVOUPLAIS ou sei la como escreve.
Debora Nogueira says:
"Não exigem acompanhante na imigração de Paris" http://olhometro.com/2011/06/26/o-f-a-q-de-paris/ (por @ana_freitas)
Leo Azevedo says:
Levar bolo pra festão?! No way! RT @denogueira "Não exigem acompanhante na imigração de Paris" http://t.co/VQg1mXD (por @ana_freitas)
Gisèle says:
Detalhe a ponte não é so onde você coloca o nome do seu amado, é uma tradição quando alguém se casa escreve o seu nome e a da esposa (marido) e tranca o cadeado e joga a chave no sena, simbolizando que ninguém vai separa-los.
Ana Celia says:
Quando eu fui em fevereiro, o cara fazendo embaixadinhas em frente à Sacre Coeur já tava lá. Deve ser um costume francês…