Chegou a hora: já dá para colocar e compartilhar tags de objetos do mundo real

Eu sempre pensei que as coisas na tecnologia iam começar a esquentar quando a interação entre o mundo de verdade e o mundo virtual fosse concebível e possível de ser colocada em prática. Meio Minority Report, sabe? Mas sem a parte dos oráculos, que aquilo é fake demais até para mim.

E todo mundo sempre soube que esse momento está cada vez mais perto. Mas parece que, embora ainda de uma maneira meio indireta, ele chegou. Já é possível relacionar informação digital com tempo e espaço real.

No início do mês, uma feira de tecnologia em São Francisco, a TechCrunch, foi palco para a mais nova criação da japonesa TonchiDot: a Sekai Camera, um software para iPhone que permite colocar tags em objetos, produtos, serviços e lugares no mundo real.

Você insere seus comentários sobre uma loja ou um restaurante em áudio, imagem ou texto através do software. Depois, qualquer outro usuário de iPhone com o software instalado que estiver buscando info sobre aquele lugar poderá vê-la na tela. Basta ligar a Sekai Camera. Dá para colocar ‘marcações’, tipo um post-it, em qualquer coisa que seja filmável. Para se localizar em meio a tantas tags num mesmo lugar, se você estiver num shopping ou coisa assim, o software vem com um sistema de agrupamento por categorias de serviços, o Air Filter, tipo ‘lojas de roupas’, ‘restaurantes italianos’, ‘escolas de idiomas’.

Confuso? Parece inconcebível? Olha o vídeo:

É isso mesmo, exatamente o que parece, japoneses realmente não conseguem falar inglês de um jeito que não seja engraçado, e para mim parece revolucionário - assim como para todo mundo que assistiu à demonstração, como dá para sentir pela empolgação deles no vídeo. A empresa são informou alguns detalhes importantes, como quem vai gerar mesmo o conteúdo (só os usuários? empresas podem anunciar?), preço, data de lançamento. E só serve para quem tem iPhone, e eu não tenho um e nem pretendo ter (ainda mais depois disso, que me fez pensar um bocado).

As possibilidades que um software desse pode gerar são infinitas. A nós, meros mortais, residentes no Brasil e não possuidores do iPhone, resta aguardar até que o Google compre a TonchiDot por milhões e adapte a tecnologia inteiramente e de forma gratuita ao Android. E se a coisa for tão impressionante quanto parece, isso não deve demorar…

(Dica do camarada César Marins, publicada também aqui)

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September 25th, 2008 | Comente

Eu tenho medo da evolução da tecnologia

Eu temo o dia em que a tecnologia, de fato, dominar nossas vidas. Digo, quando todas as coisas de fato tiverem inteligência artificial e tudo, tudo mesmo, estiver informatizado.

Primeiro porquê, por mais entusiasta que eu seja de tecnologia, existe uma nostalgia em mim - inexplicável, mas que sempre esteve aqui - de como algumas coisas eram feitas antigamente. Desde o que a gente comia até o que a gente assistia, o que fazia pra se divertir e tudo o mais.

Como eu sou de 88, sinto falta de algo que não vivi, o que é mais estranho ainda.

Mas o que me dá medo na tecnologia é que ela faz todo mundo parecer idiota sem perceber. Com a evolução dos chips, cada vez mais as coisas pequenas são capazes de nos trazer informações e, com isso, gerar reações emocionais.

O resultado é um bando de retardado gargalhando (ou chorando, até) na frente do computador. É perfeitamente compreensível para quem está vivendo a sensação, mas para quem olha de fora, parece simplesmente… idiota.

E se tem algo nessa linha com o qual eu nunca vou me acostumar são aquele microfones/fones de lapela ou bluetooth para celular, que são responsáveis por vermos pela rua pessoas caminhando e falando sozinhas, gesticulando, sorrindo e se expressando. Pro nada. Do nada.

Além disso, eu sempre fui idiota tecnologicamente, porquê a tecnologia sempre me fez de boba. A contar:

- Sempre que eu finalmente decido comprar um gadget que eu queria parcelando em 80 suaves parcelas, um melhor, mais legal e mais barato sai na semana seguinte;

- As coisas sempre quebram na minha mão, então eu me sinto sendo feita de idiota sempre que compro alguma coisa;

- Eu sinto que aqueles livros de ficção científica nos quais os robôs se voltam contra os humanos (e tem centenas deles) vão, de alguma maneira (não literalmente, penso, mas também, quem garante) se tornar realidade;

- Também acho que estamos próximos de termos chips implantados em nós. Tipo gado marcado. E com o nosso consentimento, sob o pretexto de proteção de um mal maior ou coisa assim. Lembre-se sempre que o Google sabe tudo sobre você…

Ponderando todos os prós e contras, e imaginando um futuro doido, onde todo mundo andará pela rua falando sozinho e recorrerá ao computador quando precisar se relacionar, prefiro que tudo voltasse a ser como era antes - que ficássemos só na calculadora, mesmo.

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June 23rd, 2008 | 6 Comentários

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