ConsTREMgimento
Mais um dia pra falar de trem. Hoje, na vinda pro trabalho, além dos habituais DJs por um dia (que, durante uma conversa com o Flávio, amigo que encontrei no trem, me dei conta serem uma versão reduzida e menos abastada daqueles sujeitos que compram um som de milhares de megawatts pro carro e ligam a aparelhagem no meio da rua), presenciei também um fantástico Live Duet (duas garotas dividindo fones de ouvido e cantando a canção em voz bem alta) e um senhor que tinha um problema no saco.
Ok, sei que isso não é engraçado por si só. Não é mesmo. Não seria capaz de caçoar de um velhinho só porque ele parecia ter, sem exagero, uma bola de handebol dentro da braguilha, até porque provavelmente é algum tipo doença. Acontece que o tiozinho também carregava no rosto um largo e constante sorriso.
Então, imagina a cena: você olha pro velhinho e vê que ele tem algo de muito errado no meio das pernas, e então olha pro rosto dele e ele sorri de maneira larga e matreira, quase um sorriso diabólico. O tempo todo. Pra todo mundo.
Não tirei foto porquê, veja bem; o engraçado, em si, era o conjunto. Mas dado o defeito físico do senhor, não ia dar pra tirar uma foto deles sem que ele (e todos) pensassem: “que falta de respeito, ela está tirando fotos de uma pessoa provavelmente doente”. E bem, gostaria de frisar mais uma vez que a situação só foi curiosa porque o tiozinho sorria safadamente.
Como se não bastasse a minha falta de sensibilidade com esse tiozinho, no metrô aconteceu uma coisa bem chata. Tinha um lugar vazio do lado da janela, e pra sentar nele era preciso passar por uma pessoa sentada no mesmo banco, só que do lado do corredor, e por uma mulher e uma criança sentadas no assento reservado.
O cara sentado do lado do corredor não me deu muita licença quando eu fui passar, de maneira que acabei meio que empurrando (bastante) a perna da menininha sentada no colo da mãe. Tipo meio que quase enroscando um pouco. Nada alarmante, contudo.
Até aí tudo bem, a gente empurra a perna dos outros o tempo todo nesse mundo.
Acontece que de repente eu me sento e olho pra baixo. A perna da menina não era uma perna de verdade. Era uma perna de pau, com um pézinho de borracha. Eu tinha empurrado uma perna postiça de uma criancinha. Quase arrancado, for gods sake. As imagens não pararam de vir na minha cabeça; eu me sentando e, desastrada, enroscado a perna da menininha sem querer e arrancando-a; o horror, a surpresa e o linchamento dos populares. Eu estaria fudida.
Felizmente, a mãe só me olhou feio. Mas poderia ter sido pior.
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January 17th, 2008 at 10:55 pm
Bom, o velhote pode ter colocado uma meia pra impressionar garotinhas incautas no meio da rua. Quanto a parte do metrô, eu sempre tento me deslocar ao máximo pras pessoas passarem, o que na minha cabeça me dá o direito de jogar longe as pessoas que não se movem quando eu peço licença.
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January 18th, 2008 at 12:03 am
nuossa, q cenas bizarras, hehe.
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January 18th, 2008 at 1:38 am
odeio esses ’sem-noção’ que usam o celular pra virar DJ… e é quase todo dia isso, seja no ônibus, seja na rua.
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January 18th, 2008 at 9:31 am
Pô, no Metrô Barra Funda tinha um cara, à época que eu fazia faculdade, que ia com uma boneca presa naqueles carregadores e tal. O mais engraçado é que a galera dava lugar pro cara, achando que ela era filha dele. =S
E eu parei de pegar trem quando descobri que na Linha Francisco Morato - Barra Funda, a chance de você sair com escoriações por conta das cotoveladas é muito, mas muito grande.
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November 13th, 2008 at 7:14 pm
E você não pediu desculpas?
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