06.12

2007
8:07 pm

Writer’s block e Dica Literária

Postado em Literatura, Moda, Música, Pop

Não vou falar do CD de Peter Bjorn & John. Ok, já falei. É que eu acho Writer’s Block uma palavra do cacete.

Eu tenho essa coisa com palavras, eu as adoro. Adoro descobrir as novas, entender o que elas dizem. Writer’s block é o que a gente chama, em português, de bloqueio criativo. Quando o escritor, por algum motivo, não é capaz de colocar as idéias no papel. Normalmente, o bloqueio criativo é provocado por stress e ansiedade. A famosa ‘cabeça cheia’ (‘saco cheio’ também serve bem, aqui).

Acontece que ‘block’ tambpem pode ser traduzido como ‘quarteirão’. E eu, quando vi a expressão pela primeira vez, achei que ‘writer’s block’ era um tipo de bairro onde só morassem escritores.

Não parei pra me perguntar qual a necessidade de uma expressão pra designar um bairro habitado somente por escritores, já que provavelmente um lugar como esse não existe. Só achei muito legal a possibilidade de existir um lugar desse.

Imagino que teria uma livraria a cada esquina.

E penso na contradição entre os dois significados: Se um bloqueio criativo é a nulidade de qualquer criação, um bairro só de escritores com certeza seria um lugar muito rico, cheio de influências literárias, um lugar onde as pessoas sempre teriam idéias legais e elas seriam traduzidas pro papel com fluidez.

Tô falando tudo isso porquê estou passando por esse bloqueio aí. As palavras saem, mas com dificuldade, quase um parto, e eu odeio muito isso. Os textos, não consigo mais terminar. Tenho uns 10 drafts interminados, aqui. Não consigo mais comentar as notícias com alguma piadinha, nada. Acho (espero) que seja alguma conseqüência passageira dessa minha vida atribulada.

Já que falei, falei e falei pra dizer que não consigo falar sobre nada, vou fechar com uma super dica literária. Acho que isso configura o post como ‘alguma coisa’

Eu sou uma Bookwhore. Isso significa que eu faço qualquer coisa por um livro. Nesse sábado, fui seduzida por um belo e reluzente exemplar do livro Tão ontem, do Scott Westerfeld.

Acho que a capa, muuuito fofa, me atraiu. O tema também, claro: moda. Minha relação com a moda sempre foi controversa. Porque eu sempre fui conhecida, familiarmente, por ‘não gostar’ de moda. Na verdade, eu sempre fui um pouco largada. No fundo, a verdade é que eu adoro moda. Eu acho.

Bom. Acontece que o livro é legal, mas não tão legal quanto parece. ‘Não julgue um livro pela capa’ se provou um ditado bem sábio. O começo é legal, explica a hierarquia da indústria da moda e como ela dita o comportamento, mas principalmente conta a história de um garoto cujo emprego é de caçador nde tendências. Ele procura o que tem potencial pra ser hypado e cataloga, tornando isso hypado (porque trabalha pras pessoas certas). Aí ele conhece uma menina hiper-descolada e rola um mistério-romance e tal.

O livro é legalzinho. Gosto dessas literaturas adolescentes leves. Mas vale menos do que pesa. Não confio em livros que você lê metade em duas horas. Prefira aqueles da Marian Keyes.

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1 comentário (Comente! Trackback)

  1. Uma grandissíssima sacanagem « Olhômetro
    23/01/08 | 10:11 am | #

    [...] Já falei aqui da minha relação com a moda, em outros posts. E num post mais recente, disse também que tive um surto no colégio e que durante um tempo me vesti como uma mendiga. Tudo isso aconteceu porque na escola em que eu estudava o uso de uniforme não era obrigatório, e isso gerava uma competição visual muuuito grande. Todo mundo tinha que estar muito bem vestido, e quanto maiores fossem as etiquetas, melhor. Eu não sabia me vestir, acho que faltava até auto-estima pra me vestir bem e, sinceramente, eu não tinha grana pra comprar roupas de marca - nem disposição pra gastar com elas. Tanto que até hoje não ligo pra essa coisa de marcas e tal. Se bem que, mesmo se eu tivesse dinheiro pra comprar todas as roupas caras do universo, não adiantaria, porque eu não sabia me vestir. [...]

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