z 2008 April | Olhômetro

Como ganhar dinheiro na internet (e perder todos os seus amigos)

Então lá fui eu, toda feliz, digitar no Google “como ganhar dinheiro na internet”, contrariando o senso comum (e aqui inclua meu pai e minha mãe) que diz que:

- Dinheiro fácil não existe;

- Se alguém ganhasse dinheiro sem fazer nada, essa pessoa não contaria pra ninguém o segredo;

- Só ganha dinheiro quem trabalha muito;

Como eu já me convenci exatamente do contrário, ou seja, de que quem trabalha muito não tem tempo de ganhar dinheiro, resolvi confiar no meu talento (?) e acreditar que eu posso ser mais uma daquelas pessoas que ganham milhões de um dia pro outro porquê acreditaram e se empenharam no Programa de Pirâmide da empresa y.

Riquinho, meu filme preferido
Riquinho é meu filme preferido (e eu não tô zuando).

Tem só um problema nessa história toda. Olhando todos os programas de ganhar dinheiro na internet, desde os que você recebe para clicar em anúncios, para ver sites, para ler e-mails, daqueles que você manda dois reais pra próxima pessoa da lista - todos eles - funcionam melhor através do esquema de indicações. Ou seja: você ganha mais se conseguir fazer algum idiota amigo entrar no programa, e ganha mais ainda se o idiota amigo conseguir mais idiotas amigos, e por aí vai.

De onde eu concluo que todas as pessoas que ganham dinheiro com a internet não têm amigo nenhum, porque puta merda, existe nego mais chato do que aquele que fica te pedindo pra entrar em tal lugar, se cadastrar e colocar o nome dele na indicação? Agora, imagine alguém que faz isso várias vezes por semanas, porque convenhamos, pra ganhar o mínimo de dinheiro você precisa participar de pelo menos 20 programas que pagam pra você perder amigos entrar em sites. Então fica aquele cara, dizendo pra você votar na frase dele, se cadastrar no programa de navegação premiada, no outro que dá dinheiro pra quem busca, e você acaba querendo ficar bem longe da pessoa.

Indique amigos e perca-os em seguida
Troque 10 amigos por um iPod Touch!

As promoções entram no mesmo patamar. Hoje em dia, elas se encaixam em duas categorias:

- Promoções que você nunca vai ganhar que pedem indicações de amigos para aumentar suas chances;

- Promoções que você nunca vai ganhar cuja proposta é fazer algo idiota e enviar um vídeo disso;

Às vezes, a categoria 2 ganha uma sub-categoria, que é “Promoções que você nunca vai ganhar cuja proposta é fazer algo idiota, enviar um vídeo disso e depois pedir pro maior número possível de futuros-ex amigos votar nesse vídeo”

Nas duas categorias, e mais especialmente na sub-categoria, sua vida social vai caindo em quantidade e qualidade, até seus únicos amigos serem fakes no Orkut e outros participantes de comunidades do gênero “Ganhe Dinheiro na Internet”, todos mal-sucedidos nesses programas, que se ajudam entre si mas que continuam pobres.

A conclusão: Quer ganhar dinheiro na internet? Basta ter coragem de ser chato pra cacete.

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April 30th, 2008 | 2 Comentários

Ronaldo e o fenômeno dos travestis

Oba, sempre no G1:

Ronaldo: confusão com travesti no Rio

O atacante Ronaldo, do Milan, se envolveu em polêmica na madrugada desta segunda-feira. Após ter ido a uma boate no Rio de Janeiro, o craque terminou a noitada na 16ª Delegacia de Polícia (Barra da Tijuca), depois de uma confusão com o travesti André Luis Ribeiro Albertino, conhecido como Andréia Albertine.

(…)

Segundo o delegado, Ronaldo contratou o travesti pensando que era garota de programa e levou para um motel na Barra da Tijuca.

(…)

“Se falarem que eu bebo, até bebo um pouquinho. Mas achar que eu vou pedir para alguém ir buscar drogas na Cidade de Deus é um absurdo”

Se Ronaldo eu fosse, preocupado em provar que uso drogas eu estaria [/tedouumdado]. Porquê, né, só bemloco pra acreditar que a Carlinha aqui embaixo é uma moça.

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April 29th, 2008 | 3 Comentários

Movimento Blog Voluntário: pra que serve e como usar um leitor de feeds RSS, o Google Reader

Blog VoluntárioHoje é o último dia do Movimento Blog Voluntário, campanha virtual associada ao Dia Global do Voluntariado Jovem (que são, na verdade, três dias: 26, 27 e 28). A idéia é que os blogs participantes publiquem tutoriais, dicas, resumos e qualquer coisa relacionada a PCs que possa ajudar os noobs quem não entende tanto do assunto. Esse post faz parte do Movimento Blog Voluntário.

Resolvi associar meu texto ao meu atual e árduo cotidiano: comecei quinta-feira no emprego novo, mudei de período na faculdade e isso definitivamente me deixa pouco (ou quase nenhum, mesmo) tempo para atualizar meu blog, ler os blogs que eu lia, baixar Lost (e isso é provavelmente o que mais me dói). Otimização de tempo no PC, agora, é essencial pra mim, já que a intenção é passar a menor parte possível do tempo livre no computador e todo o resto dormindo. Muito e profundamente. A melhor maneira de otimizar tempo na web sem eliminar nenhuma atividade da rotina virtual é usando um leitor de feeds RSS. Até eu, que costumava achar esse negócio de RSS uma besteira, me rendi às maravilhas dos agregadores.

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photo credit: Chesi - Fotos CC

Se você ainda não sabe o que é um leitor de feed onde você vive?, eu explico. Um feed RSS é um arquivo, gerado - de alguma maneira que eu desconheço (não precisa saber como, só precisa saber que acontece) - pela maioria das páginas da rede. Esse arquivinho contém um log (um registro) dos textos publicados na página em questão e é atualizado sempre que o conteúdo muda. É carregando esse arquivo que os leitores de Feed RSS funcionam.

Esses leitores (RSS Readers) são programas que, instalados no seu computador, no seu navegador ou rodando direto da Web, podem receber o cadastro desses arquivos gerados pelos sites e, então, te permitem acompanhar com facilidade as atualizações de todos os sites e blogs que você lê. O programa te informa, de maneira intuitiva, sempre que há uma atualização em determinado site cujo Feed RSS você assina, e elimina a necessidade de entrar em vários sites pra ver se eles foram atualizados. Você vai direto no que há de novo. Não há perda de tempo.

O software que eu uso para ler Feeds RSS é o Google Reader, que está retratado aqui do lado. Ele roda a partir da web, como todos os aplicativos do Google, e tem interface amigável para quem está habituado com a interface do Google. Além disso, como eu uso internet em vários computadores diferentes, um leitor de feeds online, que pode ser acessado em qualquer lugar, é sem dúvida o ideal para mim. Além dos softwares que podem ser baixados e instalados no PC, como qualquer outro programa, outras opçõesde leitor de feed também estão disponíveis como extensões de navegadores que aceitam esses complementos, como o Firefox e o Maxthon.

1. Para usar o Google Reader, primeiro, você precisa de uma conta do Google. Se você tem um Orkut, tem uma conta do Google. Pule para o passo 2. Se não tem uma, aproveite para criar. Nessa página, clique no quadro azul que está do lado direito, na parte de baixo, no link escrito “Crie uma conta agora”. Informe os dados, leia e aceite os termos de serviço e clique em “Aceito, criar minha conta”.

2. Pronto, você já tem uma conta do Google. Agora, insira seu login e senha na página do Google Reader, www.google.com/reader, e voilà!, você já está diante do seu próprio e incrível leitor de Feeds RSS! Viu, não foi tão difícil. Agora, basta adicionar um Feed para acompanhar.

3. Do lado esquerdo da tela, clique no link “Adicionar Inscrição” (figura 1). Uma janela irá se abrir. Cole nela o endereço do feed RSS do blog (figura 2). Na maioria dos casos, o feed de um site é www.nomedosite.com/feed. O feed do Olhômetro pode ser encontrado no endereço www.olhometro.com/feed, mas tem tem outros endereços, que são todos direcionados para o meu gerenciador de leitores, o FeedBurner. Mas essa é outra estória. Clique em “Adicionar” (figura 2) e aguarde.

Google Reader Figura 1

Google Reader Figura 2

Google Reader Figura 3

Pronto! Em alguns segundos, os posts do blog assinado aparecerá na tela (figura 3). O programa reconhece quando um post é lido e o tira da lista de textos novos. Agora, você vai ter mais tempo pra usar no PC ou mesmo fora dele. Ler sites e blogs usando leitores de RSS é uma mão na roda pra quem não tem tempo perder e quer se manter antenado. Adoro essa palavra. Ela é… moderna.

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April 28th, 2008 | 1 Comentário

Humor inglês faz pingüim voar para a Amazônia

Lá no UK, até a imprensa pode mentir em 1º de Abril em nome do bom-humor. Mas eles mentem bem…

Padre Adelir deve ter assistido. Aí pensou: se os pingüins conseguem, porque eu não?

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April 25th, 2008 | 1 Comentário

Relatos de um terremoto

Eu, pra ser sincera, não senti nada. Quando trabalhava na Barra Funda, dava pra sentir bem o metrô passando. Era quase como um terremoto diário, com hora marcada.

Mas o amigo da reportagem do G1 tem um depoimento de extrema relevância sobre o momento do tremor

‘Não foi só sensação’
“Moro na Zona Leste de São Paulo. Às 21h24 estava deitado em minha cama fazendo compressas de gelo no joelho, quando percebi que a cama começou a balançar. Tenho certeza de que não foi uma sensação, mas sim um tremor de terra”
- William C.

Quer dizer, que tipo de pessoa dá uma informação de tamanha precisão em um depoimento para um site? “Oi, estava coçando as costas da minha mão quando percebi que tudo estava tremendo”. Não faz sentido, ninguém quer saber sobre as compressas de gelo. As pessoas realmente perderam a noção do que é privacidade, já dizia o moço no fim do Zeitgeist. A possibilidade é que ele esteja tentando criar um álibi com essa informação.

Além disso, o cara disse o horário exato em que estava colocando compressas de gelo no joelho. Veja bem, uma pessoa que marca horário para colocar compressa de gelo no joelho (tipo, “21h24! Hora das compressas!”) não é uma pessoa cujo depoimentos sobre terremotos tenham qualquer credibilidade. Você pode considerar que ele olhou no relógio assim que o terremoto acabou, mas eu duvido dessa possibilidade. Afinal, ele provavelmente teria complementado o relato, com algo como “Logo após o tremor, virei ligeiramente a cabeça para a esquerda e também mudei meu braço de posição. Desviei os olhos que observavam meu joelho anestesiado para o relógio em meu pulso e, vendo o ponteiro menor entre os números nove e dez e o maior quase na metade do círculo, pude constatar que eram 21h24″. Ah, os descritivistas. Tolkien que me perdoe, mas eu não os suporto.

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April 23rd, 2008 | 7 Comentários

Zeitgeist, o documentário: teoria da conspiração?

Eu nunca duvidei das conspirações. Meu interesse pelas coisas que ninguém pode saber existe desde que eu me lembro. Aos 8 anos já andava com revistas sobre U.F.Os debaixo do braço. Às vezes eu tenho certeza que vim de outro planeta.

Não sou cética, mas uma coisa a faculdade de Jornalismo me ensinou: nunca acredite em nada antes de checar. Isso contribuiu enormemente na minha busca pelo conspiratório, dado que agora sou mais seletiva com aquilo que leio e em que acredito. Na busca pelas fontes, acabo pesquisando mais e as coisas ficam mais fáceis de acreditar. É um paradoxo.

Numa dessas andanças, cai na coluna do Marcelo Del Debbio, no Sedentário&Hiperativo. Lá, encontrei muita informação sobre religiões, ocultismo, sociedades secretas e todas essas coisas que descabelam pastor evangélico. Uma delas foi o Zeitgeist.

Zeitgeist: the Movie

Zeitgeist: the movie é um filme produzido em 2007. Dizem pelo Google por aí que a exibição foi proibida em diversos países, inclusive no Brasil, mas acho que é mentira porque não encontrei informação oficial acerca disso (além do mais, proibir o filme seria dizer que ele fala verdades, e isso é perigoso). No site oficial, você pode baixar o filme de graça, ou assistí-lo (com legenda em português) no Google Vídeos.

Num resumo criminoso, o documentário é o seguinte: três partes. A primeira explica porque Jesus e o Cristianismo são uma farsa, e que toda a idéia dele é na verdade uma amálgama de crenças anteriores ao Cristianismo. Beleza, meio impreciso e um pouco “superficial”, mas é compreensível, já que o filme pretende ser didático e atingir o maior número possível de pessoas. Além disso, o filme sugere que Jesus, a figura histórica, nunca existiu, e eu não acredito nisso. Mas com essa tese inicial, o autor prova a força do mito na manipulação das massas. Beleza.

Partes dois e três: aí que o negócio dá medo. O documentário mostra a farsa 11 de Setembro (eu já estou convencida de que foi tudo forjado) e como a Guerra no Iraque e outras guerras americanas são parte de um plano minuciosamente arquitetado, cujo único objetivo é controlar o mundo e catalogar com um chip todas as pessoas.

Como assim, Bial?
Como assim, Bial?

Daí você pensa: “Putiz, que paranóia. É muita viagem pra ser verdade, e se fosse, alguém já teria feito alguma coisa”. Lembre-se: é exatamente isso que eles querem que você pense.

Não custa assistir, não sem antes ligar o senso crítico. Nunca dá pra acreditar 100% em tudo, embora todas as fontes possam ser encontradas nos créditos do filme e no site oficial. Mesmo assim, se você não acreditar em nada, pelo menos deve gerar alguns questionamentos, e questionar-se nunca é ruim (só a igreja acha isso). Quanto a mim, já estou correndo para limpar meus registros online, trocar de nome e dissociar absolutamente meu “eu virtual” do meu “eu real”. O Google vai ser fundamental no controle da população e eu quero estar bem longe quando isso acontecer.

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April 21st, 2008 | 4 Comentários

O assassinato de Isabella Nardoni e a falta de vergonha na cara

Não costumo falar de coisas sérias aqui, porque de seriedade já basta a necessária na profissão e tudo o mais. Mas é que esse assunto é diferente.

É impressionante como todo mundo parece ter uma opinião sobre o assunto. O dia inteiro, em qualquer lugar que você vá, as pessoas estarão falando disso. O mais curioso é que todo mundo já tem condenação e sentença certa pro pai e pra madrasta. Que grande absurdo é ver aquele bando de vagabundo na frente da casa dos avós, esperando só uma chance pra jogar uma pedrinha. Uma só.

A questão é que dezenas de crianças morrem diariamente de maneiras iguais ou bem mais cruéis do que a pobre Isabella. É um sem-número de Isabellas pretas e pobres se fudendo todos os dias, no Brasil e no mundo. E ninguém dá a mínima pra elas. Não mesmo. Aliás, segundo esse blog, uma criança é assassinada a cada 10 horas no Brasil. São, tipo, doze Isabellas por semana. Nos dias úteis, né, que é quando o país funciona.

Crianças morrem o tempo todo e ninguém tá nem aí pra isso. Pior: crianças são violentadas, apanham, se prostituem, passam fome o tempo todo. No Brasil e no mundo. Todo o caso Isabella é uma puta hipocrisia. Odeio essa palavra, mas não existe outra.

Digite “criança morre” no Google. Crianças morrem atropeladas, sufocadas, por envenenamento, esquecidas em casa, em acidentes de carro, de fome, com marcas de violência e inclusive por quedas de janelas de apartamento (isso, aliás, acontece o tempo todo). Crianças morrem até imitando o Naruto.

E ninguém quer apedrejar ninguém por causa disso. Então, trate de tomar vergonha na cara e continuar vivendo sua vida. Assuma você não se importa, como não se importa com as outras crianças menos favorecidas economicamente que morrem de maneira pior, com as crianças que morem um pouquinho todo dia, e que vai esquecer a Isabella daqui uma semana, assim como esquecu o João Hélio.

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April 18th, 2008 | 5 Comentários

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