29.09

2008
10:00 am

A justiça quase foi feita, um título óbvio para um texto sobre o Justice

Postado em Arte, Brasil, Entretenimento, Internet, Moda, Música, Pop, Tecnologia

Se um dia alguém me dissesse que eu seria fã de música eletrônica eu não acreditaria. Sempre fui uma adolescente-rebelde-do-rock-n-roll, até poucos anos atrás. Ainda sou, de certa forma. A maior prova é que eu sai do show de ontem do Justice, no Skol Beats, em São Paulo, desperada por ouvir uma guitarrinha. Um riffzinho, que seja.

Eu sempre sinto essa necessidade depois dessas overdoses de sintetizadores e BPMs. Aconteceu da outra vez que eu fiz algo assim, numa rave que fui há mais de um ano. Música eletrônica pra mim é assim: legal, ótimo, até me divirto, mas no fundo é algo que só vai me dar dor de cabeça depois de 3 horas ouvindo. Além disso, é algo muito novo pra mim, e confunde meus gostos musicais. Eu não tenho um parâmetro para o que eu gosto ou não em música eletrônica. Parece tudo igual, mas não é, porque de algumas coisas eu gosto e outras não, só não sei como é que essa minha seleção funciona, de fato.

De qualquer forma, tenho certeza que gosto do Justice, a dupla francesa subversiva que tem quase os dois pés no rocknroll, e acabei ganhando ingressos para o Skol Beats numa super promoção do blog da Close-up, o Eles3.

Eu esperava um show mais pesado, pra ser sincera, mas no geral foi legal, empolgante e tal, e acabou antes do que eu gostaria, ou seja, estava divertido. Mas os destaques ficam com outros elementos do show e do festival.

Nunca tinha ido no Skol Beats e fiquei surpresa com a excelente organização.

Nunca tinha ido no Skol Beats e fiquei surpresa com o número de gente que dança o famigerado ‘rebolation’. Rebolation é uma dancinha ridícula engraçada, algo como isso aqui:

Nunca tinha ido ao Skol Beats e fiquei surpresa com algumas pessoas vestidas assim:

Imaginem o show do Klaxons. Vai ser supercolorido.

Nunca tinha ido no Skol Beats e achei legal os seguranças ficarem rindo do pessoal dançando engraçado.

E o mais curioso: nunca tinha ido a show no qual milhares de jovens dançavam ao som de música pesada, claramente subversiva (dos valores familiares, digo), usando drogas de todo tipo, todos reverenciando uma… cruz. O símbolo máximo de você-sabe-o-quê.

Se a genialidade do Justice não reside na música, reside sem dúvida na capacidade de fazer com que um paradoxo desse seja possível - e mais, seja até ignorado pela maioria das pessoas que assiste ao show deles.

O Padre Marcelo, ou a rave evangélica, até conseguem fazer milhares de jovens dançarem reverenciando uma cruz, mas duvido que você consiga incluir aí gente usando wayfarers coloridos sem lentes, cerveja e jaquetas de couro.

A outra possibilidade é que Jesus está de volta, seu nome é Xavier de Rosnay e ele quer arrebatar multidões de jovens. Para isso, sendo Jesus, soube que o melhor jeito seria fazer música eletrônica.

Só acho que ele deveria fumar menos.

Vídeos no canal do You Tube da Flávia Durante. Eu até ia gravar algo, mas decidi por um momento parar de pensar no post que faria depois do show.

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6 comentários (Comente! Trackback)

  1. Thiago
    29/09/08 | 2:21 pm | #

    Justice pour tous!

    Responder

  1. cesar pierre
    04/10/08 | 2:53 am | #

    justice manda bem

    Responder

  1. Danny
    18/04/09 | 8:33 am | #

    Sou sua mais nova fã!É impressionante,mas nesse mundinho mais ou menos de hoje encontrei alguém que pensa muito parecido comigo e se incomoda com as mesmas coisas que eu.
    Amei!

    Responder

    Ana Freitas Reply:

    Valeu. =)
    Beijo. Volte sempre.

    Responder

  1. A maior competição de gostosice do Brasil | Olhômetro
    21/04/10 | 3:47 pm | #

    [...] 40 mil pessoas vestidas de branco escutando música eletrônica do tipo que eu não gosto (não sei os nomes) no Anhembi. O que é bom, porque se você se veste de branco com 40 mil pessoas, parece ridículo [...]

  1. Gabriel Meissner
    21/04/10 | 8:41 pm | #

    Justiça quase foi feita no show do Justice no Skol Beats | Olhômetro http://goo.gl/eH7N

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