29.10

2007
11:42 am

Sobre o Tim Festival ’07

Postado em Música

Tenho muito pra falar, mas acho que vou reduzir só pra não dar mais publicidade gratuita pra esses filhos da puta.

Minhas impressões:

1. Não é mais all about music. Não sei se nunca tinha sido e eu não tinha notado, mas por um lado um festival desse é uma competição pra ver quem é mais cool, quem conhece mais lugares fora do país, quem ouviu a banda mais desconhecida do mundo. Ouvi pelo menos uns três falando mal do país… acho que me incomodou porque me identifiquei. “É, só no Brasil…”, eles falavam pra tudo: cartão de crédito no caixa demorava pra passar, show que demorava pra começar, pessoas com penas da Juliette na cabeça (eu inclusive). Uma pena, com o perdão do trocadilho.

2. Vou revisitar a discussão chata do ‘indie é pop’. O negócio é o seguinte: gostar do que tocou ontem é ser vítima da nova linha do entretenimento, que inclui o interativo, a internet, a convergência de mídia. Somos um público crescente e o Tim Festival soube atingir esse público. Não sei até quanto dura, though. Isso é tudo moda, né?

3. 1h30 de intervalo entre os shows não é uma coisa. viável. Não é nem considerável, concebível. Ficar 16 horas no anhembi nem no carnaval (muito menos, pra quem não percebeu a ironia).

4. Arctic Monkeys e The Killers são fantásticos ao vivo.

5. O mundo gira e para no mesmo lugar: eu acabei o show como o de 2005 (só que bem mais cansada), vendo show da rampinha que leva ao lugar reservado aos deficientes, sozinha e cantando baixinho as musicas que ouvi com entusiasmo por tres anos da minha vida. Já estive mais animada com um fone no ouvido ou numa pista de dança.

6. Um tocador portátil de música pode ser muito útil se vc tem que esperar 1h30 pra cada show. Diminui a raiva.

7. Vi alguns tipos legais de se ver por aí. Filmei um cara que tem uma técnica muito curiosa para cantar as musicas junto com as bandas, no show. Depois eu edito com o vídeo. Ah, vídeos dos shows, acho que não dá pra aproveitar nada.

Eu estaria melhor se não fosse a ressaca moral. E posso estar falando duzentas besteiras aqui, o que acho que estou, aliás, mas relevem. Estou e vou passar uma semana meio em alfa, num intermediário bizarro entre o estar acordada e o estar dormindo. Vamos ver como eu me saio.

PS.: Gael Garcia não foi pra pista. Pena.

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7 comentários (Comente! Trackback)

  1. Eric
    30/10/07 | 12:01 am | #

    O pior de tudo é a desculpa esfarrapada da organização do festival, dizendo que por conta da chuva nos dias anteriores ao show, a passagem de som não foi feita, tendo que ser feita só na hora do show e que foi isso que motivou o atraso. Quer dizer que se tivesse chovido no domingo não ia ter show?

    Isso sem contar a palhaçada dos caixas. Não bastasse um evento desse porte não ter bebida suficiente, eles disseram que não podiam devolver o dinheiro pago nas fichinhas. Se fosse dado apenas um bom motivo eu até tentaria entender, mas “não posso porque não posso” é inadmissível.

    Responder

  1. Maurício Iwai
    31/10/07 | 7:42 pm | #

    É, foi uma palhaçada, deve ter uma palavra melhor do q atraso no dicionário pra usar, mas eu nao conheço… mas eu nao posso reclamar pq tb atrasei bastante, então eu curti os 3 shows(juliette, arctic e killers) que eu queria curtir e tive q esperar no intervalo entre eles soh…
    e killers mandou mto bem, então valeu a pena pra mim, nem cansativo foi. =]

    Responder

  1. pedro keppler
    01/11/07 | 1:36 pm | #

    Não é sobre música faz ANOS. Desde que colocaram um palco, camarotes e coisas assim, não se faz mais música por música.

    E acho que não seja moda gostar do que tocou. O Tim mostrou como o indie conseguiu atingir cultura mainstream. Querendo ou não, fez um bom mapeamento do que é música alternativa hoje - o que é o revival da rave; Björk, que é uma instituição para MÚSICA hoje; como roquismo é um discurso vazio e sem sentido (Juliette Lewis); etc…

    Alternativa que não significa “não querer ser pop”, mas que tem o mesmo volume do pop, só que bom. É isso que todos queremos afinal.

    O que cagou mesmo foi colocar a pista longe. Sorte que tinha credencial. Se não tivesse, não conseguiria ver show algum.

    Responder

  1. anabsf
    01/11/07 | 1:57 pm | #

    Pedro, talvez tenha me expressado errado, se o que vc entendeu foi que gostar do que tocou é moda. Acho que o line-up foi bem acertado, se a intenção foi concentrar algumas das coisas que tão fazendo barulho na música pop. O que tentei dizer que é o tal do ‘indie’ tá muito mais popular do que era há dois ou três anos. Tinha muito mais molecada vendo Arctic Monkeys do que tinha há dois anos vendo o Strokes. E a mídia e o capitalismo tira proveito disso, dando a esse público o que eles querem. Acontece que necesse caso parece que é mais difícil de enxergar, porque quem gosta desse som se considera alternativo, não acha que faz parte dessa lei tão básica do mercado, foge do maisntream e tudo mais. O que eu quis foi destacar um paradoxo…

    Sobre ser sobre música ou não, vc tem um ponto.

    E a credencial, eu não tinha, e não consegui ver show algum. 60% da minha frustração vem daí; os outros 70% (Sim, estou 130% frustrada) vêm da espera. Espera… acho que essa não é a palavra adequada, mas não sei se existe outra.

    Abraços!

    Responder

  1. Estephano
    01/11/07 | 4:03 pm | #

    Olá,

    Gostaria de parabenizá-la pelo blog. Seu post começou de forma SHOW DE BOLA”Não sei se nunca tinha sido e eu não tinha notado, mas por um lado um festival desse é uma competição pra ver quem é mais cool”… porra sempre achei isso.

    Porém não penas nos festivais e sim em qualquer lugar… Vc vai num show no sesc pompeia, sussa, e lá estão eles com seus papos intelectualoídes e tal, mostra internacional de cinema e lá estão eles falando aos sete ventos o nome dos diretores que memorizaram para chamar atenção na fila. E no tim, com certeza, não foi diferente… E a galera que tem a mania de se fantasiar, sei lá… muito exagerado. Sobre o Festival, LAMENTÁVEL.

    Responder

  1. 5 motivos para não ir ao Tim Festival 2008 | Olhômetro
    11/09/08 | 3:20 am | #

    [...] Quem foi ao festival em SP no ano passado sabe do que eu estou falando. O último show acabou às seis da manhã de uma segunda-feira. Para quem tinha chegado cedo ao Anhembi (eu), foi estressante agüentar mais de dez horas em pé, sem comida decente por um preço decente (os hot dogs custavam tipo uns 8 reais), sem bebida (a água acabou a certa altura), com som ruim e atrasos de mais de uma hora entre um show e outro. Diversão virou dor de cabeça. [...]

  1. Você gosta mais de assistir show de rock ou de batata*? | Olhômetro
    24/03/09 | 5:31 am | #

    [...] A resposta a uma pergunta dessa deveria ser óbvia. Mas não é mais. Não sei exatamente quando deixou de ser. Eu notei da primeira vez num show do The Rakes, em São Paulo; antes disso, era ingênua (ou burra) demais pra perceber que as pessoas vão a esses lugares para se exibir e falar sobre sua temporada em Londres (e a vida imita a arte que imita a vida). Depois, no Tim Festival (o de 2007) percebi uma movimentação semelhante - até comentei aqui. [...]

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