18.01

2008
1:31 pm

Pérolas do futuro jornalismo

Postado em Crônicas, Outros

Esse é pra contar um (ou dois) causos da minha sala de Jornalismo. Ambos realmente aconteceram já há um tempinho, e por razões óbvias, não vou falar nomes dos envolvidos. Se alguém se sentir ofendido… desculpe, mas foda-se. Só tô contando o que aconteceu.

Tem uma matéria na faculdade que chama Jornalismo Comunitário. A gente tem que visitar uma comunidade carente (ou não) e desenvolver com ela um trabalho de comunicação adequado às circunstâncias daquela comunidade.

O Grupo X resolveu fazer um jornal num orfanato. Uma porção de crianças que nem sabe ler, e eles querem que elas escrevam. Mas beleza. Na apresentação do trabalho, relataram absurda dificuldade pra trabalhar com as crianças. No final, uma das integrantes disse que o grupo só podia visitar o orfanato de fim de semana, e nesses dias só ficavam na instituição os pimpolhos que não tinham ido visitar os possíveis/futuros pais, pivetes esses com os quais era mais difícil de trabalhar - por serem “mais agitadas, mais velhas e, sem hipocrisia, menos bonitas.”

Aí a professora encerrou a apresentação e a moça assumiu uma postura extremamente relutante de “professora, não posso ser hipócrita, é verdade”, da onde se lia claramente, “quem se ofendeu é porque é feio!!!!”

O foda é que eu sempre tenho a impressão de quem quem usa a palavra “hipocrisia” (frequentemente pronunciada “hipocresia”) está sendo, invariavelmente, hipócrita, numa questão que envolve metalinguagem, metafísica e metatags.

Outro dia, outra história. O rapaz veio de outra faculdade e, tristemente, não cursou a disciplina fundamental pro início do curso de jornalismo - ‘técnicas jornalísticas’. Não que seja motivo, porque é só ler um pouco que já resolve, mas ‘ler’ é uma palavra que esse estudante de jornalismo desconhece (“Por favor, não me dêem livros de presente” é o que está escrito no Orkut dele sobre “livros”).

E bem, só espero que ele não leia isso aqui, porque senão vai ficar chato. Não tenho nada contra ele especificamente, fizemos até muitos trabalhos juntos, mas tem várias coisas nele que acho bobas. Enfim, continuando. O cara não fez aula, não lê e obviamente não sabia escrever. E foi fazer o jornal com a gente, um suplemento sobre adolescentes, escrevendo matéria sem saber como fazer isso.

Seguiu o diálogo, algo mais ou menos assim (o cara e uma outra pessoa):

- Fulano, você precisa ler mais… se não nem adianta fazer ‘técnicas’, o curso não faz milagre.
- Mas pra queê saber escrever?
- Ora, pra quê? Você faz jornalismo, vai ser jornalista.
- Mas eu quero trabalhar em TV.
- E quem disse que repórter de TV não escreve? Repórter de TV tem que saber escrever muito bem!
- Tá, mas olha o Gugu!

Quando eu soube da história eu quase tranquei o curso. De qualquer maneira, nada contra o cara (de novo), ele só falou uma merda gigante.

Pra não deixar impressão da minha sala, que tem bastantes caras bem legais, segue como homenagem um vídeo gravado há um tempinho… pode não ter graça agora, mas na hora juro que foi engraçado.

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17.01

2008
9:40 pm

ConsTREMgimento

Postado em Crônicas

Mais um dia pra falar de trem. Hoje, na vinda pro trabalho, além dos habituais DJs por um dia (que, durante uma conversa com o Flávio, amigo que encontrei no trem, me dei conta serem uma versão reduzida e menos abastada daqueles sujeitos que compram um som de milhares de megawatts pro carro e ligam a aparelhagem no meio da rua), presenciei também um fantástico Live Duet (duas garotas dividindo fones de ouvido e cantando a canção em voz bem alta) e um senhor que tinha um problema no saco.

Ok, sei que isso não é engraçado por si só. Não é mesmo. Não seria capaz de caçoar de um velhinho só porque ele parecia ter, sem exagero, uma bola de handebol dentro da braguilha, até porque provavelmente é algum tipo doença. Acontece que o tiozinho também carregava no rosto um largo e constante sorriso.

Então, imagina a cena: você olha pro velhinho e vê que ele tem algo de muito errado no meio das pernas, e então olha pro rosto dele e ele sorri de maneira larga e matreira, quase um sorriso diabólico. O tempo todo. Pra todo mundo.

Não tirei foto porquê, veja bem; o engraçado, em si, era o conjunto. Mas dado o defeito físico do senhor, não ia dar pra tirar uma foto deles sem que ele (e todos) pensassem: “que falta de respeito, ela está tirando fotos de uma pessoa provavelmente doente”. E bem, gostaria de frisar mais uma vez que a situação só foi curiosa porque o tiozinho sorria safadamente.

Como se não bastasse a minha falta de sensibilidade com esse tiozinho, no metrô aconteceu uma coisa bem chata. Tinha um lugar vazio do lado da janela, e pra sentar nele era preciso passar por uma pessoa sentada no mesmo banco, só que do lado do corredor, e por uma mulher e uma criança sentadas no assento reservado.

O cara sentado do lado do corredor não me deu muita licença quando eu fui passar, de maneira que acabei meio que empurrando (bastante) a perna da menininha sentada no colo da mãe. Tipo meio que quase enroscando um pouco. Nada alarmante, contudo.

Até aí tudo bem, a gente empurra a perna dos outros o tempo todo nesse mundo.

Acontece que de repente eu me sento e olho pra baixo. A perna da menina não era uma perna de verdade. Era uma perna de pau, com um pézinho de borracha. Eu tinha empurrado uma perna postiça de uma criancinha. Quase arrancado, for gods sake. As imagens não pararam de vir na minha cabeça; eu me sentando e, desastrada, enroscado a perna da menininha sem querer e arrancando-a; o horror, a surpresa e o linchamento dos populares. Eu estaria fudida.

Felizmente, a mãe só me olhou feio. Mas poderia ter sido pior.

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17.01

2008
5:23 pm

Não quero mais ser pobre (a.k.a. alguém me dá um notebook)

Postado em Crônicas, Tecnologia

Tem horas que eu surto. Hoje eu escrevi pelo menos três posts (quase inteiros) para colocar aqui, mas no final, desisti de todos e resolvi falar do que tem me afligido nos últimos tempos…

É a vontade de ficar rica.

É que eu cansei de trabalhar pra cacete (e bem) e não ganhar dinheiro, sabe. Ainda mais agora, que eu trabalho com tecnologia. Enche MUITO o saco ver e receber e testar todos esses equipamentos fantásticos e vanguardistas mas não poder comprá-los. Não é justo, e se você parar pra pensar, é bem cruel. É tipo… como fazer uma criança olhar e cheirar um doce mas não entregá-lo a ela. Nunca. E tem o mesmo efeito que a publicidade agressiva tem nas camadas baixas, por exemplo. Guardadas as devidas proporções.

Então, ao contrário de virar traficante, como fariam alguns menininhos da favela bombardeados pelas propagandas da Nike, eu fico obcecada por ganhar dinheiro de algum outro jeito.


Eu não assisti, mas esse vídeo promete ensinar a ganhar dinheiro. Se alguém ficar rico com ele, por favor, avise.

Me pego no Google, naqueles blogs cheios de adsense, daqueles que ensinam a ganhar dinheiro. Mas precisa fazer um monte de coisas; clicar em muitos links, instalar barras e ficar navegando com elas, investir três horas por dia… e eu trabalho e não tenho tempo pra essas coisas. Então eu saquei: quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro.

Especialmente os itens móveis têm me perseguido no último mês. Meu celular, um simples mas eficaz Nokia 5200, dá os últimos suspiros, enquanto observa o N65 do meu editor. Em casa, faço uso de um tablet notebook com tela sensível ao toque da HP, uma máquina de 9000 paus que eu jamais, jamais poderia comprar, mas que me conquistou. Tenho que devolver pra HP dia 10 de fevereiro, e já estou organizando a festa de despedida. Fazendo esse texto aqui, o MacBook Air (aí do lado!) me provoca, com sua espessura ridícula e o design incrível - sem falar no Time Machine Capsule (Time Machine é o software que faz o backup), o lançamento da Apple que armazena 1 Terabyte e serve como roteador wireless.

E, pra ser sincera, acho que sou ingênua demais: minha única esperança de ficar rica é com o blog. Vou explicar…

- Não tenho herança na família;
- Minha profissão não vai me deixar rica;
- Eu não sei cantar bem;
- Eu não sei dançar bem;
- Eu não sei atuar;
- Eu não sou gostosa para pousar nua/participar de reality shows de putaria ou mandar a dobradinha modelo-e-atriz;
- Eu não jogo na loteria;

Pensei em participar de promoções (para ganhar todas as coisas que eu quero), mas vejam só: boa parte delas exige que você fique escutando rádio/vendo tv e anotando códigos. A outra parte pede que você responda à perguntas idiotas. Uma terceira parte quer que você aja como idiota, fazendo uma dança tosca, gravando e mandando pro youtube, por exemplo, para concorrer, e eu tenho amor próprio. O resto é sorteio, e acrescentando um item…

- Eu não tenho sorte.

O que me resta? Só o blog. É minha única esperança, gente.
Por isso, cliquem no Adsense. Quando eu colocar um. Enquanto isso, eu vou colocando tags apropriadas. “Contos eróticos” continua gerando um número incrível de acessos.

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17.01

2008
11:35 am

Hitler-DVD vs Blu-Ray

Postado em Tecnologia

Eu gostei da piada, vai… Acho que tô lidando muito com tecnologia.

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17.01

2008
11:15 am

Reduzindo a produtividade

Postado em Crônicas, Outros, Tecnologia

O Excit é a minha mais nova descoberta. Trata-se de um joguinho extremente viciante, uma espécie de labirinto baseado na interface do Excel, no qual você deve fazer com que a cruzinha chegue ao seu objetivo. Passei hoooras.

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15.01

2008
11:10 pm

Big Brother e contos eróticos

Postado em Brasil, Celebridades, Música, Pop, TV

Percebi que o meu outro post do Big Brother teve muitos, muitos acessos só por causa do termo ‘contos eróticos’. Estou começando a entender as fórmulas do sucesso para blogueiros: como atrair leitores e ganhar muito, muuuito dinheiro fazendo isso. Luxo!

Logo, lóógico que não vou falar de contos eróticos. Só pra não ser uma total sacanagem com os que caem aqui, vou colocar um link pra quem quer saber disso. O mais engraçado é que, postando o link, ai sim isso vira uma sacanagem total pra quem cair aqui. Que paradoxo.

E de Big Brother? Resolvi adotar a postura mais ousada da internet. Quero inovar, quero ser übber-diferente. Meu objetivo: comentar todas as etapas e eliminações do Big Brother - sem jamais tê-lo assistido. Eu ainda não cedi aos apelos dos populares e não liguei a TV no BBB8. Gente, tenho que confessar que isso, em parte, é muito fácil pra mim: à noite, tenho o costume de usar o computador, e raramente assisto TV ao mesmo tempo (até porque acho impossível). Portanto, entretida com as atividades na internet, nem lembro de ver TV. E vai ser melhor assim. Vamos lá.

A mais recente é que a Gisele Itié Jaqueline foi eliminada. Vamos ver o que eu sei sobre ela: sei que a moça tem um ensaio sensual no Youtube. Sei também que ela é a ‘cachorra da casa’, segundo o Boninho. Além disso, sei que alguém disse (sei lá onde) que ela finge ser algo que não é. Acho que a maioria lá faz isso, mas se ela não soube fazer direito e foi descoberta na primeira semana, então que se foda, mesmo. Não tem a perspicácia necessária para ser uma Big Brother. O que eu acho curioso no caso do BBB é que as pessoas dizem que vão pra lá pra dar certo na vida. Eu tenho a impressão que é exatamente o contrário: as pessoas dão certo na vida pra poder ir pra lá. Se é que vocês captaram o trocadilho.

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Voltando de leve às origens do blog, tenho uma bandinha supimpa pra indicar. Se chama Nirvana! A música mais legal deles é isméus laique tin spairit. Demais!

Acreditem ou não, esse diálogo foi dito por uma pessoa de verdade e reproduzido quase na íntegra.

Na realidade, a indicação se chama Apartment, que no vídeo acima canta Everyone Says I’m Paranoid. A banda é do UK (sim, porque eu tenho aquela predileção pelas coisas do UK e não posso evitar) e cabe direitinho pra quem gosta de Interpol, Mäximo Park e Kaiser Chiefs. Acho, na verdade, melhor que Kaiser Chiefs. Menos dançante, mas mais rica - de conteúdo, assim, se é que isso é possível com música. O Myspace deles é http://www.myspace.com/apartment,

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Eu leio horóscopo todos os dias. Não acreditava em horóscopo diário, apesar de acreditar na astrologia em si, porque sendo estudante de jornalismo, sempre soube que os jornais pediam pros estagiários inventarem as previsões. Mas desde que comecei a ler o site do Oscar Quiroga, entendi qual o verdadeiro lance do horóscopo diário: não é prever teu dia ou indicar se é um bom momento para pagar dívidas antigas, e sim dar um direcionamento pra um conflito, te situar dentro de um contexto. Coincidência ou não, acreditem, o horóscopo tem sido extremamente preciso desde que eu comecei a ler, e pode soar ridículo, mas muito do que li lá me ajudou a tomar decisões difíceis. Falei tudo isso só pra colocar um trecho do meu horóscopo da terça, 15/01: ele dizia, no final, Enquanto você respirar, haverá caminho para trilhar, pois o destino não é um lugar ao qual você chega um dia, destino é o próprio caminho”. E eu nunca tinha pensado no destino como um caminho… acho que joguei muito Jogo da Vida, no qual você tem um objetivo final e depois disso acaba.

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Para terminar, é com pesar que anuncio que o cantor e compositor Tatau (acima, ao lado do guitarrista Chimbinha, da Banda Calypso), vocalista do Ara ketu, vai sair dos vocais da banda depois de 20 anos de comando. Mas não é preciso se desesperar: Tatau vai gravar um CD solo pela Deck Disk, com versões acústica, rock, forró, reaggae e tecnobrega do maior sucesso do Ara ketu (minha canção preferida do grupo, também). Deixo um trecho dessa belíssima música: “O Ara ketu, o Ara ketu, quanto toca/deixa todo mundo pulando que nem pipoca.” Esperamos que o Terrasamba não tenha o mesmo fim.

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